Marcas procuram “pioneiros” para testar carros eléctricos



Ian Ross é um contabilista londrino de 50 anos que passou os últimos meses a guiar um Mini BMW eléctrico. Ross é um dos 600 “pioneiros” ingleses, alemães e norte-americanos – a expressão é da própria BMW – que vão testar a versão eléctrica do Mini no dia-a-dia.

Este projecto tem um contexto. A indústria automóvel, noticia o Financial Times, está a dedicar um grande parte da sua estratégia para os veículos eléctricos a saber como reagem os consumidores à chamada “condução na vida real”. E, já agora, como respondem os próprios carros eléctricos.

É certo que há mais de 100 anos que as marcas automóveis produzem veículos eléctricos, mas só agora a questão passou para o consumidor – será que este se preocupa com as limitações – naturais – da condução de um veículo eléctrico?

Este aspecto – mais do que uma questão de marketing – é uma questão de sustentabilidade. Se os compradores de automóveis não responderem bem aos carros eléctricos, será que os vão comprar? E, se tal acontecer, o que acontecerá aos esforços da indústria para se tornar ambientalmente mais responsável? O que acontecerá à sua própria sobrevivência?

De acordo com a BMW, porém, as primeiras conclusões do projecto são positivas, com os 600 “pioneiros” a aceitarem as mudanças de comportamento de condução.

Mesmo o novo hábito de carregar o automóvel em casa. “[Para mim é uma conveniência e não um obstáculo]. De qualquer forma, é sempre melhor que apanhar uma molha a pôr gasolina numa estação de serviço”, explica Ian Ross.

O objectivo da BMW, ao contratar estes 600 “pioneiros” da vida real, é melhorar o carro nos próximos três anos. A marca alemã não tem planos para produzir um mini eléctrico, mas vai lançar uma marca de automóveis eléctricos e urbanos em 2013. O nome até já está escolhido: Megacity.

“Os pioneiro estão a guiar os Minis tal e qual um veículo normal”, revelou Glenn Schmidt, executivo da construtora.

O veículo pode andar até 160 quilómetros com um único carregamento. Como em média cada alemão circula “apenas” 38 quilómetros por dia com o seu carro, apenas três carregamentos semanais serão precisos.

Finalmente, este estudo vem contrariar o cepticismo de algumas marcas em relação aos carros eléctricos. Como a Toyota, que diz que não vale a pena construir carros 100% eléctricos porque a bateria só “anda” 160 quilómetros.

Também a General Motors admite que os condutores de carros 100% eléctricos poderão ficar mais “ansiosos” na condução e por isso fabricará, sobretudo, híbridos.

Depois das construtoras, chegou finalmente a hora dos consumidores darem os primeiros passos no conceito do carro eléctrico. No Green Savers acreditamos que, como em tudo o que é novo, será apenas uma questão da habituação até que os carros eléctricos sejam os novos reis da estrada. Concorda?





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