MARE e MED lançam Observatório do Restauro da Natureza
As unidades de investigação e desenvolvimento de excelência sediadas na Universidade de Évora, o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e o MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento estabeleceram uma parceria com vista à criação do “Observatório do Restauro da Natureza”, que reúne especialistas do MARE e do MED em áreas como a biologia, a ecologia, as ciências ambientais, a agronomia e a engenharia. Juntos, contribuirão com conhecimento técnico e científico na orientação de políticas públicas de conservação e de restauro ambiental, e no aconselhamento de práticas que respeitem a sustentabilidade social e económica.
Em plena Década da Restauração de Ecossistemas patrocinada pelas Nações Unidas, este Observatório tem como objetivo principal contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes para a conservação da biodiversidade e a promoção da sustentabilidade ambiental, numa vasta gama de contextos, incluindo os sistemas agroflorestais, as áreas naturais, em particular, os ecossistemas aquáticos, caso de rios, estuários e zonas costeiras, desenvolvendo
e promovendo projetos inovadores e privilegiando as ações de restauro ecológico que incorporem soluções baseadas na natureza.
O Observatório reúne especialistas de ambas as instituições em áreas como a biologia, a ecologia, as ciências ambientais, a agronomia e a engenharia, entre outras, que irão contribuir com conhecimento técnico e científico fundamental para orientar políticas públicas de conservação e restauro ambiental, integrando práticas que respeitem a sustentabilidade social e económica.
Fátima Baptista, Diretora do MED, e Pedro Raposo de Almeida, Diretor do MARE, mostram-se confiantes no sucesso desta parceria: “Acreditamos que a colaboração entre os nossos centros de investigação resultará em progressos significativos no domínio do restauro da natureza, contribuindo para a concretização das metas definidas pela ONU no âmbito da lista de objetivos de desenvolvimento sustentável.”
A diretora do MED salienta ainda que “no contexto dos sistemas produtivos o futuro requer que estes sejam mais resilientes e adaptados às alterações globais, sendo essencial desenvolver, divulgar e adotar estratégias de produção e de conservação, de forma a encontrar um equilíbrio entre a produtividade agrícola, a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento económico a longo prazo. São fundamentais ações concertadas, sustentadas pela evidência científica,
resultantes de um trabalho multidisciplinar, envolvendo a colaboração entre setores e com todos os agentes, incluindo os decisores políticos.”
Pedro Raposo de Almeida corrobora esta opinião e refere ainda que: “os dois centros reforçam através desta parceria a capacidade de colaborar com instituições, empresas e outros atores-chave na abordagem aos desafios ambientais complexos e prementes, como a perda de biodiversidade, a degradação dos ecossistemas aquáticos, as alterações climáticas e a escassez
hídrica.”
A criação do “Observatório do Restauro da Natureza” é oportuna, uma vez que
coincide com a aprovação, por parte do Conselho da União Europeia e dos Ministros do Ambiente dos 27 países que o constituem, da Lei do Restauro da Natureza. O início de um novo ciclo para a Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, para quem esta lei, além de proteger a nossa Natureza e a nossa biodiversidade, assume o compromisso de “recuperar aquilo que se foi perdendo e degradando”. O diploma aprovado obriga todos os países da UE a
implementar um Plano Nacional de Restauro, com objetivos específicos, e prioridades direcionadas.
Ainda no âmbito desta parceria entre o MARE e o MED, a Universidade de Évora lançou recentemente a primeira formação intensiva em “Restauro Ecológico para a Sustentabilidade dos Ecossistemas”, formação que reúne investigadores dos dois centros de investigação e uma rede de professores de cinco universidades europeias, oferecida no âmbito de uma aliança entre
universidades europeias para a sustentabilidade – EU-GREEN. Este curso intensivo misto (BIP “Blended Intensive Program”) é apoiado pelo programa Erasmus+, proporcionando uma oportunidade única para os universitários europeus aprenderem num ambiente multidisciplinar sobre os diferentes contextos do restauro ecológico aplicado a diversos ecossistemas europeus, e
visitarem os múltiplos projetos que o MARE e o MED têm a decorrer, como casos de estudos para a consolidação dos conceitos.
A pertinência deste tipo de formação é evidente à luz dos atuais desafios europeus relacionados com a perda de biodiversidade e a necessidade de produção sustentável de alimentos. Carla Pinto-Cruz, coordenadora desta ação de formação salienta a urgência de “capacitar uma nova geração de profissionais para enfrentar esses desafios de forma eficaz e sustentável”.
Se quiser saber mais, aceda aos links das duas instituições em https://www.mare-centre.pt/pt/uevora_bip_pt e
Blendend Intensive Program | Ecological restoration for ecosystem sustainability