Mercado do arrendamento ganha novos adeptos nos Estados Unidos
A taxa de proprietários de casa, nos Estados Unidos, desceu dos 70 para os 65% nos últimos cinco anos, a percentagem mais baixa dos últimos 18 anos. Segundo o Financial Times (FT), este número chegará em breve aos 60%, à medida que cada vez mais norte-americanos arrendam habitação e afastam para sempre a ideia de comprar uma casa.
“Com a bolha do imobiliário a explodir, o número de proprietários de casas iria sempre descer. De alguma forma, este é um movimento saudável, porque o País tem estado a rever alguns dos seus excessos. Nem todos devem ser proprietários de casas”, explicou Michael Gapen, economista sénior do Barclays, ao FT.
De acordo com o responsável, a grande questão é saber até onde irá crescer o mercado do arrendamento de casas. Outros analistas falam de um investimento potencial de €74 mil milhões (R$ 220 mil milhões).
Esta mudança nos hábitos norte-americanos em relação ao imobiliário é também o resultado do grande crescimento do centro das cidades, em detrimento dos subúrbios, algo que desde 1920 não acontecia. Os norte-americanos mais jovens – esses mesmos, que estão a deixar de comprar carros – querem arrendar apartamentos no centro das cidades, mas agora também as classes mais pobres o estão a fazer.
O que nos leva a outra questão: como podem o centro das cidades e negócios ganhar com esta mudança de paradigma e, paralelamente, como podemos ganhar qualidade de vida nas cidades – com menos trânsito e um ar mais limpo, por exemplo.
Por outro lado, o crescimento do mercado do arrendamento poderá também relançar a reabilitação urbana, com uma maior aposta na eficiência energética das casas – o que poderá reduzir a nossa dependência de recursos.
E em Portugal, será que as mentalidades estão a mudar?