Microsoft Lisbon Experience: um espaço onde impera a portugalidade (com FOTOS)
Foi em 2012 que a Microsoft Portugal abandonou as suas instalações no Tagus Parque, em Oeiras, para se mudar para a nova sede no Parque das Nações para o lugar onde outrora foi o Pavilhão da Realidade Virtual da Expo 98.
Ao novo espaço foi chamado Microsoft Lisbon Experience pois “muito mais que um edifício de escritórios, é uma janela aberta ao exterior, um espaço de experiência de um novo conceito de trabalho, uma interacção inovadora das pessoas, do tempo e do espaço, alavancada no que de melhor a tecnologia oferece”, explicou a Microsoft ao Green Savers.
No total são 6.369 metros quadrados, que acolhem 106 salas de reunião, um centro de briefing tecnológico, um centro de demonstração de tecnologias de consumo, um centro de investigação e desenvolvimento, um centro de suporte técnico europeu sedeado em Lisboa e vários espaços de lazer e convívio.
Cortiça e burel convivem lado a lado
Porém, no Microsoft Lisbon Experience a mais moderna tecnologia convive paredes meias com a mais tradicional portugalidade. O chão é em cortiça de Santa Maria de Lamas – no total são 1.600 metros quadrados de cortiça.
As paredes estão forradas em burel de Manteigas, que foi concebido e executado por uma pequena empresa de sete pessoas, a Saberes e Fazeres da Vila. O burel é uma técnica tradicional portuguesa de tratamento de feltro da lã, que pode ser aplicado em roupa, decoração, em móveis e outros objectos. Esta foi a primeira vez que o burel foi utilizado num escritório de grande superfície.
A escolha do burel prendeu-se com questões de isolamento acústico e nele trabalharam, como explica a Microsoft, mais de dez costureiras de Manteigas que vieram acabar o trabalho a Lisboa. O projecto foi executado em 30 dias e permitiu tirar da insolvência uma fábrica de lanifícios de Manteigas que estava encerrada desde Novembro de 2011 e voltar a dar trabalho aos artesãos e operadores de máquinas, recuperando a laboração da fábrica subcontratada pela Saberes e Fazeres da Vila.
Mas a portugalidade do Microsoft Lisbon Experience não se fica pelo burel e pela cortiça. O candeeiro da entrada do edifício foi encomendado a Artur Medanha, um artesão do Porto. É uma peça única que foi inspirada nos “tiles” metro style dos Windows Phone e Windows 8. Uma das paredes do MS Café possui um painel de azulejos da ceramista Ana Rita Rebelo de Andrade.
Além dos objectos e materiais tipicamente portugueses já referidos, a Microsoft recorreu a várias empresas nacionais que fizeram os acabamentos, mobilaram e iluminaram o edifício.
Um espaço onde impera a flexibilidade
No Microsoft Lisbon Experience convivem áreas de trabalho em espaço aberto onde os colaboradores se espalham livremente ao longo de mesas de trabalho redondas ou ovais gigantes que apelam à colaboração informal em espaço aberto tanto interior como exterior.
Esta flexibilidade espacial é possibilitada pelo facto de 90% dos colaboradores recorrerem a tecnologias móveis, como telemóveis, tablets e portáteis. Adicionalmente, cada um possui um cacifo individual onde pode guardar os seus pertences laborais.
Na Microsoft Portugal existe ainda a política de não utilizar papel. Privilegia-se o software One Note para tirar notas directamente nos dispositivos móveis e o smart glass, vidro inteligente que permite escrever nas paredes das salas de reunião, ao mesmo tempo que confere privacidade e ausência de luz ao espaço.
O lado social da Microsoft
Parte da potência tecnológica da Microsoft é canalizada para projectos de cariz social. A tecnológica disponibiliza gratuitamente o seu software a cerca de 200 instituições de solidariedade social. Ao abrigo do Programa DreamSpark são cerca de 95.000 os docentes e estudantes universitários que usam o software da Microsoft sem qualquer tipo de custo.
Numa vertente mais empresarial, a Microsoft ajudou ainda a criar mais de 350 start-ups tecnológicas desde 2008 e a quem disponibilizou tecnologia de forma gratuita.
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Fotos: Microsoft Portugal