Milão vai ter uma residência universitária feita com árvores e que demorará 60 anos a ser construída



Uma vez mais, trazemos-lhe uma história que parece ter sido tirada de um filme de ficção científica. Mas não é. A empresa de design e arquitectura sueca Visiondivision foi a responsável pelo conceito, que deverá ser absolutamente inovador e pressupõe a construção de uma residência universitária apenas com árvores, que foram agora plantadas e crescerão nos próximos sessenta anos.

O projecto chama-se Patient Gardener [literalmente, Jardineiro Paciente] e vai ficar instalado dentro do campus do Politécnico de Milão. Por este motivo foram distribuídos, pelos estudantes desta universidade, manuais sobre como tratar das árvores, dez cerejeiras japonesas que foram plantadas num círculo com oito metros de diâmetro.

No meio deste círculo foi colocada, temporariamente, uma estrutura de madeira, que será utilizada como uma torre para guiar o crescimento das árvores. Os ramos de quatro das árvores, por outro lado, servirão como escada para levar os estudantes ao andar seguinte.

Os manuais entregues pela Visiondivision aos estudantes italianos explicam várias técnicas para tratar das cerejeiras japonesas, incluindo dobrar, torcer, podar, transplantar, traçar e tecelar. Todas elas serão indispensáveis para ajudar a fazer crescer a estrutura nas próximas seis décadas.

Esta residência utilizará também madeira feita a partir de relva, árvores e plantas. A mesa de jantar, por exemplo, crescerá no piso térreo do edifício. Será feita de pedaços de madeira unidos por uma corda. As quatro cadeiras que ladearão a mesa serão, na verdade, ameixoeiras. “Assim, o futuro visitante poderá sentar-se numa cadeira enquanto come deliciosos frutos”, explica a Visiondivision. Uma ideia demasiado futurista?

“Se formos pacientes com este edifício podemos reduzir a necessidade pelo transporte e resíduos dos materiais e diferentes processos de fabrico”, conclui a empresa sueca.

Bem vistas as coisas – e tendo em conta o actual panorama económico europeu e global – até nem será má ideia começarmos já a investir nestes projectos. É que, para além de ambientalmente sustentáveis, eles não precisam de um grande investimento financeiro – nem grandes facturas a pagar pelas gerações futuras.





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