Ministro da Economia quer empresas adaptadas gradualmente às mudanças ambientais
O ministro da Economia, António Costa Silva, defendeu hoje em Coimbra que as empresas devem adaptar-se às exigências da sustentabilidade ambiental, frisando, contudo, que terão de o fazer paulatinamente para acautelarem o seu futuro.
António Costa Silva alertou que a Terra “está a enfrentar a sexta extinção em massa”, por responsabilidade da espécie humana, apesar de esta deter “uma posição mínima da História do planeta”.
O ministro intervinha na cerimónia de abertura do Congresso da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), que decorre hoje e no sábado no Convento de São Francisco, na margem esquerda do rio Mondego, com a presença de mais de mil participantes.
“Não vai haver futuro para as empresas que não apostem na sustentabilidade”, advertiu, frisando que as economias enfrentam um contexto internacional com dificuldades acrescidas, associadas à instabilidade ambiental e aos novos conflitos.
Devido à guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro com a invasão do país pelas tropas russas, “estamos a entrar num mundo novo”, que vem substituir um mundo que tinha “baixas taxas de inflação”, disse.
A propósito, António Costa Silva citou o filósofo marxista italiano Antonio Gramsci (1891-1937), para enfatizar que “o mundo novo está a desaparecer”, enquanto “neste mundo cinzento crescem os monstros”.
Face aos atuais problemas mundiais, criados pelas alterações climáticas e pela guerra, Portugal “tem de trabalhar, também em conjunto com a União Europeia”, para ajustar as suas políticas à nova realidade.
Porém, preconizou, “sem pôr em perigo a vida das nossas empresas”, as quais são agora desafiadas a “adotar de forma gradual” estratégias inovadoras que não acarretem “efeitos perversos”.
Anunciada a presença do Presidente da República para a abertura do Congresso da AHRESP, dedicado ao tema “Sustentabilidade: utopia ou sobrevivência”, Marcelo Rebelo de Sousa não pôde comparecer, tendo sido exibido um vídeo com a sua saudação.
O Chefe de Estado lembrou que a pandemia da covid-19, “de repente, congelou a nossa vida”, sobretudo em 2020 e 2021, e que agora a economia nacional, tal como noutros países, é afetada pelo aumento do preço da energia e dos custos de produção, havendo ainda falta de mão-de-obra em diversas áreas, designadamente no turismo.
Marcelo Rebelo de Sousa enviou aos congressistas “um abraço solidário e amigo em nome de todos os portugueses”.
Na abertura dos trabalhos, intervieram ainda o presidente da direção da AHRESP, Carlos Moura, o vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Francisco Veiga, e o presidente da Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado.