Mundial 2014: ministro do Desporto do Brasil, Aldo Rebelo, explica quanto será investido em obras de mobilidade



O Brasil vai investir €5,5 mil milhões (R$ 13,2 mil milhões) em obras relacionadas com a mobilidade e o Mundial 2014, garantiu hoje o ministro do Desporto brasileiro, Aldo Rebelo, ao movimento Menos Um Carro.

“Nas 12 cidades escolhidas para sediar os jogos do Mundial, serão realizadas 49 obras de mobilidade – 21 delas já iniciadas e algumas com término previsto para o final de 2012 e começo de 2013. Nessas obras, serão investidos R$ 13,2 bilhões (cerca de €5,5 mil milhões)”, revelou o ministro.

Segundo Aldo Rebelo, todas as obras “têm no topo das preocupações a necessidade de reduzir o número de veículos em circulação, por intermédio da modernização das redes de transporte público”. “Estas obras, para além do período de realização do torneio mundial, ficarão como legado de muitos anos para a população de cada cidade”, continuou.

O responsável considerou ainda que os grandes eventos, “quaisquer que sejam, deixam sempre legados para o País onde acontecem”. Assim, o Mundial 2014 não é excepção. “É um dos maiores eventos mundiais, mobiliza milhões de pessoas e envolve um número enorme de empresas. Por isso, é uma oportunidade de modernização dos sistemas viários e de transportes”, concluiu.

Leia a entrevista do Menos Um Carro na íntegra:

O Brasil está preparado para receber o Campeonato do Mundo de futebol de 2014 e garantir o acesso dos cidadãos e/ou turistas aos estádios?

O Brasil está preparado para sediar o Campeonato do Mundo de futebol de 2014 e receber turistas com competência, organização e muita cordialidade e alegria, que é a marca do nosso povo. Estamos a trabalhar neste sentido a todos os níveis, incluindo o da mobilidade.

Qual a estratégia de mobilidade sustentável brasileira para receber o Mundial de 2014?

Nas 12 cidades escolhidas para sediar os jogos do Mundial, serão realizadas 49 obras de mobilidade – 21 delas já iniciadas e algumas com término previsto para o final de 2012 e começo de 2013. Nessas obras, serão investidos R$ 13,2 bilhões (cerca de 5,5 mil milhões de euros). E todas elas têm no topo das preocupações a necessidade de reduzir o número de veículos em circulação, por intermédio da modernização das redes de transporte público. Afinal, essas obras, para além do período de realização do torneio mundial, ficarão como legado de muitos anos para a população de cada cidade.

A estratégia de mobilidade a adoptar durante o Campeonato do Mundo de futebol de 2014 tem levantado alguma polémica junto dos mais cépticos que alegam que o Brasil está a dar prioridade à construção de estádios em detrimento da melhoria dos transportes públicos. O que tem a dizer sobre isto?

Os palcos da Copa do Mundo são os estádios. Talvez por isso as pessoas dêem mais atenção a essas obras do que a todo o resto que está a ser feito. O Brasil está a reformar e a ampliar 13 aeroportos e sete portos, em capitais que já são tradicionais destinos turísticos. Some-se a isso as obras de mobilidade urbana e as reformas e construção de estádios e veremos que o país está se preparar para que o sucesso do evento seja em todas as áreas. Essas obras são para o país, e não apenas para um evento.

O Ministério do Desporto aceitou trocar o projecto de mobilidade urbana inicialmente previsto para Cuiabá – o BRT (Bus Rapid Transit) – pelo sistema VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). O que pesou nesta decisão, tendo em conta que os recursos para o projecto BRT já estavam garantidos?

Na Matriz de Responsabilidades, assinada em 2010 por autoridades de todos os entes públicos envolvidos nas obras do Campeonato do Mundo de futebol de 2014, estão definidas as atribuições de cada um. Cabe a cada cidade, a cada estado definir o melhor projecto de mobilidade. Foi o governo do estado do Mato Grosso que solicitou a troca. As alegações são de que o VLT terá menos impacto ambiental, capacidade de transporte maior, necessidade menor de desapropriações e adapta-se melhor às condições urbanísticas de Cuiabá, a capital.

O que mais preocupa, neste momento, o Ministério do Desporto brasileiro no que diz respeito à mobilidade sustentável?

Embora não sejam obras indispensáveis à realização do Campeonato do Mundo de futebol de 2014, as obras de mobilidade são importantíssimas para o conforto e a segurança dos brasileiros e dos turistas que nos visitam. Por isso, acompanhamos de perto a realização das obras, para que elas sejam feitas no prazo adequado. As 21 obras que já começaram estão em cinco das cidades sede – Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Cuiabá. As demais estão a ser licitadas e começam em breve.

Qual tem sido papel e/ou esforços do Ministério para promover a mobilidade sustentável nas cidades, onde realiza actividades desportivas?

Em relação ao Campeonato do Mundo de futebol de 2014, o Ministério dos Desportos tem a função de coordenar as acções governamentais e acompanhar os trabalhos de organização do evento. Em relação às actividades desportivas permanentes, cabe ao Ministério a execução de políticas públicas para o desenvolvimento do desporto no nosso país. Nas actividades desportivas locais, sejam de que modalidade forem, actuamos de forma integrada com os órgãos municipais e estaduais, responsáveis directos por garantir mobilidade segura e sustentável.

É possível aliar a organização de eventos ao respeito pelo meio ambiente?

Sim, e para o governo brasileiro a questão da sustentabilidade é um princípio.

Qual foi o mais recente projecto de mobilidade sustentável em que o Ministério do Desporto esteve envolvido?

O Ministério está envolvido em projectos de mobilidade sustentável desde que assumiu a coordenação dos trabalhos de organização do Campeonato do Mundo de futebol de 2014.

Considera que os grandes eventos desportivos podem ser utilizados pelos países que os recebem para melhorar as acessibilidades ou realocar investimentos para áreas como a da mobilidade sustentável?

Os grandes eventos, quaisquer que sejam, sempre deixam legados para o país onde acontecem. O Campeonato do Mundo de futebol de 2014 é um dos maiores eventos mundiais. Mobiliza milhões de pessoas. Envolve um número enorme de empresas. Por isso, é uma oportunidade de modernização dos sistemas viários e de transportes.

Porque é que o Ministério do Desporto está responsável por gerir as estratégias de mobilidade para o Campeonato do Mundo de futebol de 2014, tendo em conta que a sua missão é construir uma Política Nacional de Desporto? É fácil conciliar a sua missão com as estratégias de mobilidade a serem implementadas?

O Ministério está organizado para as duas tarefas. A construção de uma Política Nacional de Desporto decorre paralelamente com o trabalho de coordenação das acções para o Campeonato do Mundo de futebol de 2014. Programas executados pela nossa equipa têm contribuído bastante para o êxito de nossos atletas em competições internacionais. Um desses programas é o Bolsa-Atleta. Nos Jogos Panamericanos deste ano, o Brasil conquistou 141 medalhas e ficou em terceiro lugar na classificação geral. Atletas do programa Bolsa-Atleta ganharam 37% desses prémios.

Nos Jogos Parapanamericanos, o Brasil alcançou ainda o primeiro lugar, com 197 medalhas. Os bolsistas do ministério dos Desportos trouxeram 79% das medalhas. Para garantir que o maior número possível de atletas seja atendido, o programa é dividido nas categorias de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpico/Paraolímpico. No caso do Campeonato do Mundo de futebol de 2014, o Ministério coordena as acções realizadas por todo o governo, que tem 25 Ministérios envolvidos no processo.





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