Navio de guerra inglês que naufragou em 1744 já pode ser visto online (com FOTOS)



O mais poderoso navio de guerra do seu tempo jaz há 269 anos no fundo do mar, no Canal da Mancha, num local demasiado profundo e perigoso para a maior parte dos aventureiros. Mas, graças à mais sofisticada tecnologia de mergulho, o histórico HMS Victory pode agora ser visto pela primeira vez em detalhe, de forma virtual.

As imagens originais disponíveis no site HMS Victory – 1744 mostram os vestígios do navio mais importante do Reino Unido, seguido do Mary Rose. O local em questão é praticamente inacessível, a 75 metros de profundidade, e tornou-se ainda mais perigoso com as alterações das marés e as correntes fortes.

Agora, a partir do conforto de terra firme, filmagens em alta definição simulam a experiência de explorar o navio como se fossemos um mergulhador. O HMS Victory era o barco mais poderoso do mundo no século XVIII, antes de se deixar afundar. Ao regressar a casa depois de uma missão bem-sucedida contra os franceses em Lisboa e Gibraltar, a 5 de Outubro de 1744, sucumbiu a uma tempestade violenta, provocando a morte de toda a tripulação de 1.100 pessoas.

Julgava-se que o emblemático navio estivesse perdido, mas a Odyssey Marine Exploration conseguiu resolver o grande mistério marítimo – os principais especialistas em investigação arqueológica em alto mar descobriram que a embarcação jaz 80 Km a sudeste de Plymouth.

Estudos dos destroços revelaram que o peso excessivo do navio e a sua instabilidade, causada por armas pesadas e possivelmente madeiras podres, o tornaram mais vulnerável na tempestade. O navio carregava na época 110 canhões de bronze.

As imagens agora disponíveis online foram captadas com um robot Remotely Operated Vehicle (ROV) e mostram um lugar repleto de dezenas de canhões, madeiras, âncoras e lemes – tal como uma imensidão de vida marinha.

A Odyssey adverte que a zona dos destroços está em risco, devido às traineiras de pesca que frequentemente arrastam o equipamento pesado do navio por todo o fundo do mar. Um canhão de bronze de três toneladas, por exemplo, foi arrastado para 233 metros de distância das restantes ruínas.

Sean Kingsley, director da Wreck Watch International, consultora londrina especializada no património marítimo global, disse: “O local do naufrágio é mais perigoso agora do que no dia em que a tempestade engoliu o Victory”.





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