“Neve de sangue” nos Alpes franceses? A culpa é das alterações climáticas



O fenómeno é conhecido por “neve de sangue” e é consequência do mecanismo de defesa produzido por algas microscópicas que crescem na neve dos Alpes. É que quando as algas da neve são expostas a uma forte radiação solar, acabam por produzir um pigmento avermelhado que funciona como um “protetor solar”.

“A alga não é perigosa, é um fenómeno natural que acontece durante a primavera e o verão nas latitudes moderadas, mas também nos polos”, explicou um cientista, que estuda o fenómeno. Da espécie Ancylonema nordenskioeldii, as algas também existem na Gronelândia, numa zona onde os glaciares derretem.

Em tempos normais, o gelo reflete mais de 80% dos raios solares na atmosfera, mas as algas obscurecem a neve que absorve mais o calor, e derrete também mais rapidamente. À medida que a neve se funde rapidamente, aparecem mais algas, o que dá a cor rosa ao glaciar branco do Gavia, a 2618 metros de altitude.

Apesar de as algas vermelhas da neve serem conhecidas há algum tempo (são até mencionadas num livro de 1819 sobre uma expedição ao Ártico), ainda estão envoltas em mistérios que os cientistas tentam resolver.

A subida dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera aumenta a temperatura, o que leva a que mais neve derreta. No momento em que há água líquida da neve, as algas começam a crescer”, disse à BBC Liane G Benning, professora no Instituto Alemão para a Investigação de Geociências.





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