Noruega vai importar lixo para aquecer as suas cidades



Numa época em que cresce a necessidade de encontrar alternativas aos aterros sanitários e de reduzir a produção de lixo no mundo, Oslo, capital da Noruega, está a atravessar um problema invulgar com o seu lixo: ele não existe em quantidade suficiente.

Alguns países do norte da Europa tornaram-se nos principais mercados de produção de energia a partir do lixo, trocando os tradicionais aterros sanitários por incineradoras produtoras de energia. A Noruega é uma entusiasta desta alternativa – quase metade da capital e muitas das suas escolas são aquecidas a partir de lixo queimado. Acontece, no entanto, que este combustível está a deixar de existir.

O Hafslund Group, uma empresa de energia norueguesa que produz e distribui aquecimento na cidade de Oslo, anuncia no seu site que “o objectivo é substituir todos os combustíveis fósseis para os picos de carga em 2016”. O output de energia actual nas suas instalações é de 1.5 TWh – o suficiente para aquecer 150 mil casas.

De modo a colmatar este problema, a Noruega prepara-se para importar lixo de lugares tão distantes como os Estados Unidos, uma vez que o transporte marítimo é relativamente barato. De acordo com a Time, esta tendência estende-se a outras nações – a Áustria e a Alemanha também planeiam construir mais fábricas de incineração de lixo. A Suécia tem igualmente intenções de importar anualmente 800 mil toneladas de resíduos do resto da Europa, de modo a manter a sua produção de energia de forma eficiente.

Certos grupos ambientalistas, no entanto, acham que esta dependência do lixo é apenas uma solução a curto prazo para as metas ambientais. “Há uma pressão para se produzir mais e mais resíduos desde que existe este limite de capacidade”, disse Lars Haltbrekken, presidente do grupo ambientalista mais antigo da Noruega.

Haltbrekken defende que, numa hierarquia de objectivos ambientais, produzir menos lixo deve estar em primeiro lugar, enquanto a produção de energia a partir de resíduos deve estar na parte inferior.

Foto: Sob licença Creative Commons





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