Nova Iorque: fecho ao trânsito de Times Square aumentou em 20% número de visitantes

Se Nova Iorque é o centro do mundo e a cidade que não dorme, então Times Square é o centro desta urbe de noctívagos. O local, que recebe 39 milhões de pessoas por ano, é um dos mais visitados do mundo e concentra quase 20% hoteleira da cidade.

Nos últimos anos, o local esteve no meio de um intenso debate sobre espaço público. Em 2009, o mayor Bloomberg decidiu fechar parte da Times Square para automóveis e carros particulares, incentivando as bicicletas e pedestres. “[Bloomberg] fê-lo por dois motivos: diminuir a poluição e aumentar a qualidade de vida das pessoas nas ruas. Isto teve efeito positivo sobre a economia e valorização de imóveis numa região famosa, há 20 anos, por ser insegura, congestionada e caótica”, explicou ao Planeta Sustentável Tom Hopkins, presidente da Times Square Alliance.

O combate à criminalidade, na verdade, foi um dos grandes beneficiados do fecho de parte da Times Square ao trânsito. Em 1992 ocorriam cerca de quatro mil incidentes por ano neste local, hoje não passam dos 600. “A cidade está mais segura”, explica Hopkins.

Hoje, 75% do espaço público de Times Square é dedicado a pedestres e tem esplanadas e a famosa escadaria de Duff Square, que atrai milhares de pessoas. Em vez de prejudicar os negócios, como muitas vezes se pensa, o fecho da zona ao trânsito aumentou em 20% o número de visitantes – passando a 422 mil por dia. Os bilhetes vendidos para os espectáculos da Broadway, por exemplo, passaram de 7,4 milhões para 12,5 milhões.

Por outro lado, o uso de transportes públicos na região quase dobrou para os actuais 236 mil passageiros diários. Quem caminha ou pedala tem mais tempo para aproveitar a cidade, olhar os anúncios e consumir na hora. “Não adianta gastar milhões numa televisão e não conquistar audiência”, explica Tompkins, que acredita que o que foi feito na Times Square pode ser aplicado em cidades do mundo inteiro, contanto que se respeite a essência de cada lugar.