Nova Iorque tem um super clube que ensina a comer de tudo, até restos
Seria capaz de pagar €37,5 para comer restos de comida dentro de um contentor do lixo? Este é o conceito criado por Josh Treuhaft e praticado no seu Salvage Supperclub em Brooklyn, Nova Iorque.
O objectivo deste jovem é mostrar às pessoas como comer de tudo, convidando-as para jantar e mostrando-lhes como reduzir o desperdício alimentar. No Salvage Supperclub são servidos seis pratos deliciosos confeccionados por chefs do Natural Gourmet Institute, de Nova Iorque, a partir de alimentos destinados a ir para o lixo.
Os produtos são recolhidos em mercados, em cooperativas agrícolas, restaurantes e por vezes até resgatados de frigoríficos de amigos. O jantar é servido dentro de um grande contentor de lixo arranjado para o efeito.
Jantar no Salvage Supperclub pode parecer apenas mais uma maneira extravagante de comer em Brooklyn, mas o interesse primário de Josh Treuhaft é a sustentabilidade. A sua tese de mestrado em Design para a Inovação Social apresentada à Escola de Artes Visuais de Nova Iorque incide no desperdício alimentar. E é sobre desperdício que Treauhaft fala aos seus convidados durante o jantar, indicando-lhes como comer alimentos invulgares, feitos e na recta final de validade.
Segundo o jovem nova-iorquino, um dos principais contribuintes para o desperdício alimentar somos nós enquanto consumidores e aquilo que estamos dispostos a comer. “Parte do Salvage Supperclub é mostrar às pessoas, de uma forma tangível, que uma grande quantidade de alimentos que deitamos fora são próprios para consumo”, explica Treauhaft, citado pelo Tree Hugger. “Se for possível expandir o leque daquilo que as pessoas vêem como comida desejável há menos desperdício”, indica.
Parte da tese de Treauhft e também do que explica aos convidados é que os produtos que estão comer não apresentam riscos para a saúde. Durante a elaboração da tese de mestrado, o jovem trabalhou com cientistas alimentares e aprendeu que frequentemente as alterações visuais que os alimentos sobre à medida que envelhecem não são causados por bactérias prejudiciais à saúde. “Não se pode olhar para uma peça de fruta e saber se está contaminada com E. coli”, diz o jovem. No entanto, Treuhaft frisa que é importante manusear e lavar correctamente os alimentos tanto a nível comercial como a nível residencial para prevenir doenças alimentares.
O primeiro Salvage Supperclub ocorreu em Março e desde então tem evoluído a cada refeição. O jantar inicial foi cozinhado por um amigo de Treuhaft e servido na Escola de Artes Visuais. Agora, os jantares são confeccionados pela chef Celia Lam e são servidos num contentor no meio da rua. “Fazê-los dentro de um contentor cria um forte impacto visual, o que é bom para introduzir o assunto aos convidados”, explica.