Nova plataforma de investigação quer ajudar a promover a bicicleta em Portugal
Aveiro será a sede de um organismo que pretende ajudar os actores económicos e a administração pública a desenvolver projectos inovadores em torno da bicicleta e da mobilidade sustentável. A Plataforma Tecnológica da Bicicleta e da Mobilidade Suave tem a chancela da Universidade de Aveiro (UA).
A nova plataforma envolve 30 investigadores da UA – ligados a diversas áreas de estudo – e pretende ser muito mais do que “um novo organismo para fazer investigação aplicada”, sublinha José Carlos Mota, um dos investigadores que coordena a plataforma.
Segundo o Público, a nova plataforma conta já com vários parceiros exteriores à academia, como é o caso da Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas, Ferragens, Mobiliário e Afins (ABIMOTA) e da Federação Portuguesa de Ciclismo.
“O objectivo [desta plataforma] passa também por ajudar os actores económicos e a administração pública a desenvolver projectos inovadores nesta área, e a conseguir criar condições para que a bicicleta seja usada cada vez mais nas deslocações dos cidadãos”, acrescenta o docente da universidade aveirense. E, tão ou mais importante do que tudo isto, “pretende-se ajudar os agentes económicos a criar novos produtos e serviços, que também criem emprego”, frisa José Carlos Mota.
Ao nascer numa região que dá também nas vistas pelo facto de acolher grande parte das indústrias do sector nacional das duas rodas, este organismo pretende ainda resolver a “dificuldade de diálogo que muitas vezes existe entre os actores do sector público e os agentes privados”. “É preciso articular esforços entre os vários actores”, evidencia o investigador da UA.
Mais de 3,9 por cento dos aveirenses andam regularmente de bicicleta, isto quando a média nacional é de 0,5 por cento. Os dados apurados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam ainda que mais de metade da população desta região tem uma bicicleta em casa (535 bicicletas por mil habitantes).
Recorde-se que o tema da bicicleta e da mobilidade em bicicleta está a assumir um crescente interesse na agenda da política nacional – o governo publicou o Plano de Promoção da Bicicleta e Outros Modos Suaves 2013-2020 -, além de que há dados animadores que vão surgindo.
“Em 2012, venderam-se em Portugal mais bicicletas que automóveis”, revela José Carlos Mota, a propósito dos números que não deixam margem para dúvidas: nesse ano, foram comercializadas 350.000 bicicletas, contra os 113.408 automóveis vendidos. Mais ainda: “a indústria portuguesa está no ‘top’ europeu da produção de bicicletas e acessórios”, vinca o investigador.
Foto: quinnums / Creative Commons