Novas tecnologias em estudo para aumentar a absorção de CO2 pelos oceanos
As novas tecnologias permitirão aumentar a capacidade de absorção de dióxido de carbono (CO2) dos oceanos, que já são responsáveis pela absorção de um terço do CO2 gerado desde a Primeira Revolução Industrial, de forma a reduzir o impacto das alterações climáticas.
O anúncio foi feito por especialistas internacionais de universidades de prestígio como Oxford, Columbia ou Granada no fórum online “Captura de CO2 atmosférico: tecnologias para um futuro sustentável”.
Rosalind Rickaby, professora de biogeoquímica e especialista no papel do oceano na captura de CO2 da Universidade de Oxford, destacou que os oceanos são um “maravilhoso depósito” e o “maior reservatório de CO2, com 38.000 gigatoneladas deste composto nas suas profundezas. Temos informações sobre onde está depositado.”
Rickaby explicou que enviar CO2 para as suas profundezas onde há menos oxigénio, bombear essas profundezas para que o fitoplâncton suba a níveis mais altos ou adicionar fertilizantes aos oceanos são algumas das novas técnicas ainda em desenvolvimento para aumentar a capacidade de absorção de CO2 dos oceanos.
No entanto, o professor da Universidade de Oxford pediu cautela e pediu a assinatura de um acordo internacional que estabeleça os limites das ferramentas utilizadas para armazenar CO2 nos oceanos.
Além desses grandes corpos d’água, também existem outras possibilidades, como injetar o CO2 capturado em bolsas de ar no subsolo da Terra.
O chefe do departamento de Engenharia da Terra e Ambiental da Universidade de Columbia, Alissa Park, enfatizou que “a conversão e a reutilização de CO2 desempenharão um papel muito importante para tornar as energias renováveis cada vez mais baratas”.
Park destacou que também estão a estudar como injetar o CO2 capturado em bolsas de ar no subsolo terrestre e esclareceu que, embora o processo de captura de dióxido de carbono tenha custos elevados, novos produtos como combustíveis ou bebidas gaseificadas podem ser fabricados com o CO2, o que estimularia o investimento económico.
Por seu lado, Jean-Paul Lange, investigador principal da Shell Global Solutions na Holanda, salientou que a biomassa também pode ser um potencial captador de CO2, uma vez que a sua utilização teria um custo muito baixo, e sublinhou que actualmente “temos a tecnologia que nos permite convertê-lo numa grande variedade de produtos, como combustíveis ou outros produtos químicos…”