Novo estudo ajuda a combater a doença de pele que está a matar os vombates



A investigação da University of the Sunshine Coast sobre um ácaro que provoca comichão e doenças infeciosas da pele nos mamíferos está agora a ajudar os australianos a combater uma sarna mortal nos vombates, um marsupial semelhante a um pequeno urso.

Após três anos de investigação sobre a biologia molecular e a genética do ácaro do vombate, a colaboração liderada pelo UniSC recebeu uma subvenção do Governo de New South Wales para determinar o tratamento medicamentoso mais eficaz para travar a propagação da doença nos vombates.

A investigadora do UniSC e chefe do projeto, Kate Mounsey, afirmou que estão otimistas quanto ao sucesso da reorientação de um medicamento atualmente utilizado para controlar pulgas e carraças para tratar os vombates infetados, mas são necessárias mais provas para avaliar a dosagem, a administração, a atividade-alvo no ácaro e o impacto ecológico do medicamento.

Mounsey, que tem duas décadas de experiência na investigação da sarna nos seres humanos, disse que a sarna sarcóptica nos vombates é causada por um ácaro parasita microscópico semelhante.

“Se não for tratada, a sarna sarcóptica provoca crostas graves na pele, arranhões, perda de pelo e morte devido à desnutrição ou a infeções secundárias”, afirmou Mounsey, citada em comunicado divulgado no site “Scimex”.

“Trata-se de um problema grave de bem-estar para os vombates no sudeste da Austrália, com alta prevalência em muitas áreas de Nova Gales do Sul”, continuou.

Sofrimento dos vombates infetados e desafios dos tratadores de animais

Kate Mounsey, e o estudante de doutoramento Kotaro Takano afirmam que a participação no trabalho de campo lhes mostrou o grande sofrimento dos vombates infetados e os desafios enfrentados pelos tratadores de animais selvagens que tentam tratar os animais na natureza.

Numa publicação no International Journal for Parasitology, a equipa da UniSC descreveu a extensão do problema e os desafios dos tratamentos atuais.

“Estamos a trabalhar para compreender melhor a genética dos genes recetores de medicamentos no ácaro da sarna e as suas interações específicas com os tratamentos atuais”, afirmou Mounsey.

A subvenção de 120 000 dólares foi atribuída pelo programa de investigação “Curb Wombat Mange” do Serviço de Parques Nacionais e Vida Selvagem de NSW. “Com este projeto, em parceria com a Universidade de Camberra e duas organizações de salvamento de vombates, iremos monitorizar de perto os tratamentos em vombates gravemente infetados que estão a ser reabilitados”, sublinhou Mounsey, acrescentando que “isto incluirá avaliações clínicas e comportamentais dos combates”.

Segundo a investigadora “também abordaremos as preocupações relacionadas com o desenvolvimento de resistência aos medicamentos, medindo a atividade de eliminação de ácaros dos tratamentos e testando o sucesso de diferentes formulações de administração de medicamentos aos ácaros”

O projeto baseia-se num estudo nacional recente financiado pelo Conselho Australiano de Investigação e dirigido pela Universidade da Tasmânia. O objetivo final é evitar a propagação da sarna sarcóptica num dos marsupiais mais emblemáticos da Austrália.





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