Novo nanomaterial de armazenamento de energia é feito de canábis



O grafeno pode vir um dia a ser usado em baterias, células solares e numa série de outros aparelhos electrónicos, mas a sua produção ainda é muito dispendiosa. Felizmente, os investigadores da Universidade de Alberta, no Canadá, desenvolveram um processo de baixo custo capaz de transformar resíduos agrícolas em nanomateriais semelhantes ao grafeno, para uso no armazenamento de energia electrónica. Esses resíduos pertencem à canábis.

Com uma grande área superficial e condutividade, o grafeno é ideal para uso em eléctrodos de baterias e supercapacitores, dispositivos de armazenamento de energia caracterizados pelo fornecimento rápido de energia. Os actuais supercapacitores comerciais usam eléctrodos de carbono activado, mas os dispositivos experimentais feitos com grafeno são capazes de armazenar mais energia. Infelizmente, os custos de produção do grafeno não podem competir com o preço do carbono activado.

O objectivo dos investigadores era, por isso, conseguir usar resíduos vegetais como matéria-prima para a criação de materiais comerciais. Usaram então resíduos da planta de canábis, de modo a criar um nanomaterial de carbono com propriedades semelhantes ao grafeno e a um preço muito mais baixo.

O uso mais conhecido desta planta é a marijuana, mas ela também serve para criar corda, roupa, óleo e plástico. A canábis é relativamente barata, uma vez que cresce rapidamente numa variedade de climas, sem a necessidade de fertilizantes ou pesticidas.

A equipa focou-se numa parte da planta que é normalmente incinerada ou enviada para aterros durante a produção industrial, formada por camadas de lignina, hemicelulose e celulose cristalina. Processada da forma correcta, ela separa-se em nanofolhas semelhantes ao grafeno.

Segundo a Cheminal & Enginnering News, a equipa foi capaz de construir um supercapacitor usando as nanofolhas como eléctrodos e um líquido iónico como electrólito. A melhor propriedade do dispositivo revelou ser a sua densidade de potência máxima – medida da quantidade de energia que uma determinada massa de material pode produzir.

Os investigadores crêem que o material será capaz de se revelar uma promessa enquanto substituto de baixo custo do grafeno para equipamento electrónico.

Foto: Zhi Li (retirada daqui)

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