Novo projeto vai combater declínio do coelho-bravo na Península Ibérica
As populações de coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus algirus) diminuíram em 90% nos últimos 70 anos, o que levou à sua categorização como ameaçada de extinção na Lista Vermelha da IUCN. Estes dados são preocupantes dado o seu importante papel nos ecossistemas mediterrânicos, e o facto de ser presa base para predadores como o lince-ibérico (Lynx pardinus) e a águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti). Como refere ainda o ICNF, é uma das mais importantes espécies cinegéticas no quadro venatório nacional, quando não ibérico. No sentido de proteger esta espécie e combater o seu declínio populacional, surgiu a uma candidatura LIFE, que deu origem ao projeto Life Iberconejo (Life 20 GIE/ES/000731).
O Life Iberconejo é coordenado pela Asociacion para la Defensa de la Naturaleza (WWF Espanha), e engloba 14 associações beneficiárias, entre elas as 5 portuguesas Associação Nacional de Proprietários Rurais Gestão Genética e Biodiversidade (ANPC), Associação Natureza Portugal (ANP|WWF), Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV).
O projeto tem como unidade geográfica de trabalho a metade centro e sul da Península Ibérica e, de acordo com o ICNF, as suas metas passam pelo desenvolvimento de uma estrutura ibérica de governança – o Euopean rabbit Iberian Coordination Committee (ERICC); pela avaliação e monitorização das populações de coelho-bravo à escala ibérica, utilizando protocolos de avaliação comuns nos dois países; e pela avaliação e monitorização dos apoios comunitários à atividade agrícola, considerando os seus benefícios para a sustentabilidade da espécie, onde ainda se inclui a avaliação dos prejuízos causados pelo coelho nos sistemas agrários e formas de os avaliar e minimizar.
Com início a 1 de outubro e conclusão prevista para o final de 2024, o projeto teve um orçamento de cerca de 2 milhões de euros.