Número de chitas diminuiu dos 100.000 para 10.000 no último século



Há cada vez menos chitas no Planeta, e um novo estudo afirma que por trás desta tragédia se esconde, claro, a actividade humana, que continua a destruir florestas e reservas protegidas. Segundo o estudo, a visão tradicional de que deveria existir uma forte competição por alimentos de outros mamíferos do mesmo tamanho – ou maiores, como hienas e leões -, o que reduziu o número de presas, está errada.

Assim, o estuda da Universidade de Queensland, na Austrália, fez a surpreendente descoberta de que, no geral, as chitas não usam muito mais energia que os outros mamíferos de dimensões semelhantes.

O principal autor da pesquisa, Michael Scantlebury, estudou 19 chitas soltas na natureza, durante duas semanas, em África, deserto do Kalahari e numa outra região mais húmida. O Planeta Sustentável explica que, a certa altura, foi-lhes injectado óxido de deutério para os rastrear continuamente e examinar as suas fezes.

A partir de algumas amostras, conseguiu-se determinar quanto da substância eles estavam a perder a cada dia e calcular seu consumo de energia. O estudo descobriu que o maior gasto de energia do felino parecia estar no facto de ele ter de percorrer maiores distâncias doo habitual para assegurar suas presas. Eles conseguem andar em dunas quentes em altas temperaturas, dia após dia, sem água para beber, e mesmo assim permanecem notavelmente adaptados e resilientes.

Segundo o estudo, as actividades humanas estarão a forçar as chitas e viajar por distâncias cada vez mais longas, e isto pode estar a comprometer a sua energia mais do que qualquer outro factor único.

Conhecidas pela sua capacidade de correr até 110 km/h, as chitas caíram de 100.000 há um século para menos de 10.000 indivíduos hoje.

“Imagine como é difícil para um filhote acompanhar sua mãe cada vez mais longe no deserto, sendo que ela mesma luta pela sobrevivência,” explicou John Wilson, da Universidade Estadual da Carolina do Norte e co-autor do estudo, que foi publicado na Science.

Foto: William Warby / Creative Commons





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