O que leva as pessoas a deixar de fumar?



A taxa de tabagismo entre os adultos nos Estados Unidos caiu mais uma vez. Os especialistas atribuem a tendência às políticas públicas, como as leis antitabaco e os impostos dos cigarros, bem como às campanhas mediáticas e à menor exposição à prática nos filmes.

Segundo um relatório divulgado há duas semanas pelo Centro Nacional de Estatísticas da Saúde dos EUA, 18% dos adultos norte-americanos eram fumadores em 2012 – valor abaixo dos 18,9% do ano anterior.

De 2009 a 2012, a taxa caiu de 20,6% para 18%. É a primeira mudança significativa ao longo de vários anos, desde o período entre 1997 e 2005, quando se registou uma queda de 24,7% para 20,9%. Os médicos e cientistas estão a debruçar-se sobre os factores cruciais para esta diminuição.

Os programas de ensino não parecem ser muito eficazes – muito provavelmente porque as escolas são lugares de difícil mudança das normas sociais e porque estes programas nem sempre não são os melhores. Mas educar as pessoas acerca da indústria do tabaco pode ter um grande impacto – os estudos mostram que quem não gosta da indústria, está cinco vezes mais propenso a deixar de fumar.

Há também duas políticas públicas que tiveram efeitos significativos na redução do tabagismo: o aumento do preço dos cigarros e a criação de locais livres do fumo.

O facto de os mais novos não verem o tabagismo como uma norma, ao ser proibido em locais públicos, também diminui as hipóteses de começarem a fumar. Além disso, o facto de os restaurantes ou bares instaurarem a proibição envia uma forte mensagem de que fumar já não é aceite com bons olhos. Essa persistência facilita o abandono do vício.

De acordo com os especialistas, as campanhas publicitárias cada vez mais gráficas e a ausência do cigarro nos ecrãs também ajuda à queda dos números. As pesquisas mostram que quanto mais vezes um jovem vê alguém a fumar nos filmes, maior probabilidade há de ele seguir pelo mesmo caminho.

Nos EUA, o vício entre os jovens tem vindo a diminuir lentamente mas de forma progressiva ao longo da última década. De acordo com o New York Times, as últimas estimativas eram de 15,8% para estudantes do ensino secundário e de 4,3% para estudantes do ensino básico.

Reid Blackwelder, presidente da Academia Americana de Médicos de Família, diz que é cada vez mais difícil evitar a mensagem de que o tabagismo é um grande risco para a saúde. Por sua vez, é cada vez mais fácil encontrar formas de parar.

Os medicamentos sujeitos a receita médica, juntamente com aconselhamento, podem ajudar a largar o vício, caso o paciente esteja motivado e os benefícios ultrapassem os possíveis efeitos colaterais.





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