O que se esconde no fundo dos canais de Paris? (com FOTOS)



A cada dez ou quinze anos, Paris escoa o canal Saint-Martin, construído em 1825, por ordem de Napoleão, para aumentar a quantidade de água potável de França. O canal foi limpo pela última vez em 2001 mas, desde essa data, dois acontecimentos contribuíram para justificar o tipo de objectos encontrados no seu fundo: a chegada de Bobos – hipsters – ao 10º bairro, uma zona que se tornou num local popular para novos restaurantes, cafés, bares e vida turística; e o aparecimento do serviço de partilha de bicicleta Vélib.

Estes dois marcos na vida parisiense – e, sobretudo, do 10º bairro – explicam que o fundo do canal Saint-Martin esteja cheio de bicicletas, garrafas de vinho e cerveja. “Isto é Paris, algo nojento”, explicou ao Guardian um dos trabalhadores que ajudou a limpar o canal em 2001 e repetiu o serviço na última semana. “Da última vez não havia tanto lixo. Os Bobos estão a utilizá-lo como caixote do lixo”.

Mas há outros objectos inquietantes no fundo do canal de 4,5 quilómetros: carrinhos de compras, motas, cadeiras, rádios, caixotes do lixo, carpetes enroladas, extintores, bonecas, chapéus-de-chuva, sinais de trânsito, malas e armas. “É um inventário interminável”, escreveu um jornalista no Twitter.

A limpeza de 2001 recolheu ainda uma sanita, banheira, moedas de ouro, um carro e duas bombas da Segunda Guerra Mundial. Durante o processo, os funcionários camarários enviaram quase cinco toneladas de peixes para uma zona do canal que não foi inspecionada. “Encontrámos poucos peixes doentes ou deformados. O que é impressionante, tendo em conta o que se esconde no fundo do canal”, confirmou Marion Escarpil, de uma associação local que ajudou à limpeza, que vai decorrer até Abril e custar €9,5 milhões.

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