O setor alimentar emite 11 a 19 mil milhões de GEE todos os anos
É do conhecimento geral que o setor alimentar é responsável por grande parte das emissões de gases de efeito de estufa (GEE). Agora, um estudo pioneiro publicado na Nature, analisou a quantidade de emissões em todas as partes correspondentes ao setor, desde a produção, ao transporte, à energia gasta e ao desperdício.
É com base nesta investigação que a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) das Nações Unidas revela vários dados: Que o setor alimentar corresponde a mais de um terço das emissões de GEE, e que por ano, corresponde entre 11 a 19 mil milhões de emissões.
Os países que mais contribuem para a poluição neste setor são respetivamente, a China, a Indonésia, os Estados Unidos, o Brasil, a União Europeia e a Índia. Na Europa, este setor é responsável por 30% das emissões.
A produção dos alimentos corresponde à maior parcela de emissões, com 39% do total. Já o uso dos solos corresponde a 38% das emissões e a distribuição dos produtos alimentares corresponde a 29%.
“O metano (CH4) é responsável por cerca de 35% das emissões de GEE do sistema alimentar, praticamente o mesmo em países desenvolvidos e em desenvolvimento, e provém principalmente da pecuária e do cultivo de arroz”, explica a FAO.
O estudo revela ainda que as embalagens contribuem “com cerca de 5,4% das emissões globais do sistema alimentar, mais do que qualquer outro fator da cadeia de abastecimento, incluindo o transporte. No entanto, a intensidade das emissões varia notavelmente por produto”.
Para a presente investigação e para ajudar a mitigar estas emissões, a equipa desenvolveu o EDGAR-FOOD, o primeiro banco de dados a nível global que revela as emissões de todos os países em relação a este setor – desde a produção até à deposição dos resíduos. Esta ferramenta será essencial para monitorizar as emissões do sistema alimentar em todo o mundo e para impulsionar a criação de medidas que combatam a problemática.