Os insectos vão concorrer com a carne e o peixe na nossa dieta alimentar?
Lembra-se de, no final dos anos 80, ouvir na televisão, constantemente, o lugar-comum de que éramos cinco mil milhões de pessoas no mundo? Ou, se for mais novo, ler nos livros de ciências que já existiam seis mil milhões de pessoas em todo o mundo?
Pois bem, estes números estão já altamente desactualizados e existem hoje 6,92 mil milhões de habitantes em todo o mundo, um número que subirá aos oito mil milhões em 2025 e aos nove mil milhões antes de chegarmos a metade do século.
Com mais pessoas – e, sobretudo, pessoas com meios para terem uma melhor qualidade de vida – há que procurar alternativas, por exemplo, em termos de alimentação.
A sugestão do Financial Times (FT) deste fim-de-semana pode deixar o leitor enjoado, mas quem sabe se não virará moda. Ora, diz o FT que, mais cedo ou mais tarde, estaremos todos a comer… insectos.
Argumentos a favor: os insectos são altamente nutritivos, baixos em gorduras, a sua produção é mais eficiente de que outros animais – porque bebem menos água, por exemplo – sendo ambientalmente mais sustentáveis.
Um dos grandes defensores desta causa é o professor de etimologista Marcel Dicke (ver vídeo em baixo). “Comer insectos é maravilhoso. Se gastam de um bom prato de camarão vão apreciar um bom prato de libelinha, gafanhotos ou lagartas. Estou convencido que isto vai acontecer”, explicou Dicke, no final do ano passado, nas TED.
Já Paul Cook, que tem um restaurante em Bristol, no Reino Unido, que serve pratos de insectos, não vai tão longe. “Já é difícil pôr as crianças a comer vegetais ou frutos, quanto mais insectos”, argumentou.
Mais: recentemente, o governo holandês anunciou o investimento de um milhão de euros em pesquisa para perceber se os insectos podem começar a ser chamados de “desperdício alimentar”, sobretudo com a anunciada falta de proteínas animais num futuro não tão distante.
Com este crescimento populacional e a consequente aumento da procura por carne e peixe, serão os insectos um concorrente alimentar de peso?
Conheça os argumentos de Marcel Dicke para começarmos todos a comer insectos.