Países G20 precisam de investir 256€ mil milhões anuais para combater crises ambientais
Os países do G20 devem investir cerca de 256 mil milhões de euros, por ano, até 2050. para combater as crises ambientais relacionadas com o clima, a biodiversidade e a degradação do solos. De acordo com o relatório “O Estado das Finanças para a Natureza no G20”, desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), pelo Fórum Económico Mundial (WEF) e pela Iniciativa de Economia da Degradação da Terra (ELD), o grupo investe anualmente 107 mil milhões de euros nestes, razão pela qual os especialistas consideram ser necessário aumentar estes investimentos.
Para enfrentar os desafios globais e cumprir todas as metas ambientais acordadas até ao ano 2050, é necessário haver um aumento de pelo menos 140% dos investimentos, ou seja, de 149 mil milhões de euros, e de preferência em assistência oficial ao desenvolvimento (ODA) ou no setor privado. Como referem os autores, o período após a crise da COVID-19 em 2020, levou as 50 principais economias do mundo a gastar cerca de 13 biliões de euros, dos quais apenas 2% foram considerados “verdes”.
O G20 é composto pelas 20 maiores economias do mundo, e os seus membros representam 90% do PIB mundial. Em 2020, os investimentos do Grupo representaram 92% de todos os investimentos globais em soluções baseadas na natureza (NbS). Os especialistas acreditam que o Grupo tem a capacidade e os meios para ser exemplo e agente de mudança no mundo, promovendo o desenvolvimento e a recuperação económica alinhados com as metas climáticas.
Como explica Ivo Mulder, diretor da Unidade de Financiamento Climático do PNUMA, “Para aumentar o financiamento privado, os governos podem impulsionar o investimento na natureza, criando por exemplo mercados estáveis e previsíveis para serviços ecossistémicos como o carbono florestal. São necessárias mudanças sistémicas a todos os níveis, incluindo fazer os consumidores pagar o verdadeiro preço dos alimentos, tendo em consideração a sua pegada ambiental. As empresas e instituições financeiras devem divulgar totalmente os riscos financeiros relacionados com o clima e a natureza, e os governos devem redirecionar as políticas fiscais agrícolas e as tarifas relacionadas com o comércio”, sugere.