Pantera-nebulosa: Um felídeo críptico que está ameaçado de extinção



Esta sexta-feira, dia 4 de agosto, assinala-se o Dia Internacional da Pantera Nebulosa, uma efeméride que pretende chamar a atenção do público para o declínio global desta espécie e mobilizar ação política para agir de forma a evitar o seu desaparecimento.

A pantera-nebulosa (Neofelis nebulosa) faz parte da Lista da Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), com o estatuto de vulnerável à extinção. É uma espécie nativa das florestas asiáticas, podendo ainda ser encontrada no Bangladesh, no Camboja, na China, no Laos, na Malásia, em Myanmar, no Nepal e na Tailândia, mas está oficialmente extinta em Taiwan.

Pantera-nebulosa (Neofelis nebulosa).
Foto:

Estima-se que hoje só existam em meio selvagem entre 3.700 e 5.580 indivíduos em idade reprodutora, e tudo aponta para uma tendência de declínio, fruto, sobretudo, da expansão urbana, da alteração, fragmentação e degradação do habitat natural, do aumento das culturas agrícolas, e da caça furtiva.

As panteras-nebulosas são animais carnívoros de hábitos fortemente arborícolas, isto é, tendem a ser encontradas principalmente por entre os ramos das copas de árvores em florestas densas, um habitat para o qual estão perfeitamente adaptadas, uma vez que a sua pelagem acastanhada e marcada por riscas e manchas pretas permitem-lhes passar despercebidas por entre a vegetação.

Duas crias de pantera-nebulosa passeiam pelos ramos de uma árvores.
Foto: Charles Barilleaux / Wikimedia Commons (licença CC BY 2.0)

É precisamente a sua pele de tons icónicos que torna este felídeo um alvo tão apetecível para os caçadores furtivos. Por isso, a espécie foi incluída no Apêndice I da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES). Nesse apêndice, estão listadas todas as espécies ameaçadas de extinção cuja sobrevivência está a ser ou pode vir a ser afetada pela sua comercialização.

Por isso, o comércio desses animais e plantas está sujeito a uma “regulação particularmente rigorosa”, como se pode ler no texto da CITES, “para não ameaçar ainda mais a sua sobrevivência”. No entanto, geralmente o comércio destas espécies do Apêndice I é proibido.

Da última cimeira global da CITES, que decorreu em novembro passado no Panamá, resultou uma resolução que apela a que sejam feitos mais esforços no sentido de proteger as várias espécies de felídeos asiáticos, como a pantera-nebulosa, outros leopardos e os tigres, contra as ameaças da caça furtiva, o comércio ilegal desses animais ou de partes dos seus corpos e da perda de habitat.





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