Partido Verde Europeu: “Portugal vai escolher entre a política de privatização da direita fria ou um futuro socialmente justo e verde”

O Partido Verde Europeu deseja aos partidos portugueses que o integram “boa sorte nas eleições de domingo, em que Portugal vai escolher entre a política de privatização da direita fria ou um futuro socialmente justo e verde”.
Em comunicado, o PVE refere que o Governo português caiu em 11 de março de 2025, depois de o Primeiro-Ministro Luís Montenegro, líder do PSD (membro do Partido Popular Europeu), ter perdido um voto de confiança no Parlamento, na sequência de alegações de conflitos de interesses relativamente à sua empresa de consultoria Spinumviva. “Ainda não forneceu informações suficientes sobre os seus laços com as empresas clientes que manteve durante o seu mandato”, sublinha.
Vula Tsetsi, copresidente do Partido Verde Europeu, afirma que a “Iniciativa Liberal, um partido da oposição que em tempos fez campanha pela transparência e pela luta contra a corrupção, parece agora estar hipocritamente a fechar os olhos aos flagrantes conflitos de interesses do Primeiro-Ministro Montenegro e a apontar para um possível governo de coligação. Quando o PSD, a direita conservadora de Montenegro, faz uma coligação com a Iniciativa Liberal de Rui Rocha, associada ao ALDE, há um risco real de desinvestimento em serviços públicos essenciais e de diminuição da coesão social”.
Segundo a mesma fonte, a IL “já avançou com propostas para um departamento de eficiência governamental inspirado em Trump. O partido pretende privatizar infra-estruturas e serviços essenciais, como o Serviço Nacional de Saúde e a televisão nacional, bem como reduzir a regulamentação da habitação e dos impostos, em nome da liberdade individual. Cederam à extrema-direita e propuseram o aumento do tempo mínimo de residência necessário para obter a nacionalidade portuguesa”.
O copresidente da EGP, Ciarán Cuffe, acrescenta: “Os cidadãos de Portugal vão ter uma escolha. Ou será uma coligação entre os conservadores de Montenegro e os liberais de Rocha, com uma agenda de desregulamentação que acabará por prejudicar os investimentos essenciais de Portugal nos cuidados de saúde, no Estado social, na habitação e na ação climática. Ou será um futuro verde, com políticas sociais reforçadas que proporcionem às pessoas segurança, meios e tempo livre. As soluções para a atual crise da habitação e para o colapso climático devem basear-se em alternativas socialmente justas que potenciem o investimento público e a comunidade, em vez de soluções individualistas e orientadas para o lucro de mercados não regulados.”