Pinguins selvagens têm sinais de auto-consciencialização num “teste ao espelho”
Os humanos são bem conhecidos por se olharem ao espelho e responderem aos seus reflexos. Curiosamente, a investigação científica revelou que se trata de uma característica rara entre os animais, com apenas algumas espécies a demonstrarem esta capacidade.
O auto-reconhecimento é um dos indicadores mais importantes da inteligência animal. Ao longo dos anos, tem sido descoberto em animais como grandes símios, golfinhos roazes, elefantes asiáticos e peixes. Segundo os peritos, poderá haver mais animais, mas os testes rigorosos são difíceis.
Agora, numa série intrigante de experiências, os cientistas descobriram que os pinguins-de-adélia na Antártida exibem alguns sinais de auto-consciencialização.
Os cientistas demonstraram esta característica através da realização de um “teste ao espelho”, no qual os animais submetidos a testes são levados a olhar para um espelho, a fim de estudar as suas reações e respostas. A técnica de auto-reconhecimento do espelho (MSR) foi desenvolvida nos anos 70 utilizando chimpanzés como animais de teste. Tipicamente para este teste uma pequena área do corpo do sujeito é marcada com um corante vermelho que só pode ser visto através de um espelho. Se o animal se aperceber enquanto olha para o espelho, é provável que tenha esta característica.
No entanto, a fim de identificar esta característica em pinguins selvagens, a equipa realizou uma série de experiências. Os cientistas estudaram a população de pinguins selvagens que vivem na Plataforma de Gelo do Pescoço do Cão e na Ilha Svenner na Antárctida Oriental.
“Baseia-se nas respostas e reações de pinguins individuais a imagens, geradas em espelhos durante três paradigmas experimentais: um teste de comportamento de grupo, um teste de espelho modificado e um teste de cabeça escondida”, diz o estudo.
Os espelhos foram colocados no caminho dos pinguins no primeiro teste, enquanto a equipa esperava que eles se aproximassem dos espelhos e observava a sua reação. Num outro, os pinguins individuais foram dirigidos para uma estrutura de cartão com espelhos colocados nas extremidades do recinto. Enquanto no terceiro, foram mantidos autocolantes circulares sobre os espelhos. A experiência final tinha pinguins com babetes em frente a um espelho.
Segundo os investigadores, os resultados destas experiências são ambíguos, mas suspeitam que os pinguins têm algum nível de auto-consciencialização. É necessária mais observação para compreender plenamente esta característica comportamental.