Pior desflorestação em sete anos na savana brasileira
A desflorestação no Cerrado, a savana brasileira, aumentou 25% de agosto de 2021 a julho de 2022, destruindo 10.689 quilómetros quadrados de vegetação, o pior número em sete anos, de acordo com dados oficiais ontem divulgados.
A área desmatada é quase equivalente à da Amazónia, onde a desflorestação atingiu 11.568 km2, de acordo com o sistema de monitorização por satélite PRODES do Instituto Nacional de Investigação Espacial (INPE).
O Cerrado, lar de cerca de 100 povos indígenas, na região central do Brasil, abaixo da Amazónia, é uma das savanas tropicais mais ricas do mundo em termos de biodiversidade.
No período anterior analisado pelo PRODES, de agosto de 2020 a julho de 2021, 8.531,44 km2 de savana tinham sido desflorestados.
“Este é o terceiro ano consecutivo de destruição crescente no Cerrado, sem precedentes” desde que o INPE começou a utilizar este sistema de monitorização, no período 2000-2021, denunciou a organização WWF-Brasil.
A desflorestação no Cerrado nunca tinha sido tão elevada desde o período de agosto de 2014 a julho de 2015 (11.100 km2).
Durante o mandato do atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que começou em janeiro de 2019, a savana brasileira perdeu 33.444 km2 de vegetação, uma área “pelo menos seis vezes maior do que a da capital Brasília”, de acordo com a WWF.
Os ambientalistas esperam que a situação mude com o regresso ao poder do Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, que iniciará o seu terceiro mandato a 01 de janeiro e se comprometeu a fazer da preservação ambiental uma prioridade.