Plantas brilhantes podem substituir lâmpadas
Antes da tecnologia tomar conta do mundo, os dias começavam e terminavam com o sol. As tarefas diurnas tinham de ser feitas de forma eficiente, para que nenhum momento de luz natural fosse desperdiçado. Hoje, com o fácil acesso que temos à electricidade, a vida continua mesmo no escuro. Mas a luz artificial é cara e produzir electricidade a partir dos combustíveis fósseis não é uma boa opção para o planeta.
As soluções de iluminação não eléctricas, como as lâmpadas solares e eólicas, têm vindo a ser apontadas como uma nova aposta. Mas e se levássemos o conceito mais além, de modo a eliminar as lâmpadas por completo? O empresário de tecnologia Antony Evans, o biólogo Omri Amirav-Drory e o especialista em plantas Kyle Taylor são as mentes criativas por detrás do projecto Glowing Plant que tem essa ambição.
Usando uma melhor sequência e impressão de ADN, eles conseguem melhorar a luminescência natural das plantas. Há já quem afirme que esta descoberta permitirá um dia iluminar as casas e as ruas com plantas brilhantes, em vez de lâmpadas.
A equipa cria os genes modificados no software Genome Compiler e depois insere-os na Arabidopsis – uma pequena planta com flor, da família da mostarda e da couve. O principal gene, a luciferase, é o mesmo que faz com que os pirilampos brilhem à noite. A equipa faz questão de ressalvar que a planta não é comestível.
O projecto está a ser conduzido sob os princípios de open source, ficando ao alcance de qualquer pessoa. “Toda a produção deste projecto será lançada em open source – as construções do ADN, as plantas”, dizem os fundadores. “Os designs do ADN já estão disponíveis e, se fizerem download do software Genome Compiler, podem vê-los.”
Obviamente que, trabalhando com base na modificação genética, existem riscos. Não se sabe se as plantas brilhantes terão um efeito negativo na flora circundante ou se poderão ser decompostas em segurança, por exemplo. Mas a Glowing Plant garante estar a antecipar e a preparar-se para alguns desses desafios.
A ideia pode parecer ficção científica, mas a contar pelos apoios que já recebe na Kickstarter há muitas pessoas interessadas em vê-la tornar-se realidade.