Polícia apaixona-se por manifestante ucraniana durante confrontos em Kiev



Lidia Pankiv, uma jornalista de 24 anos, confrontou a polícia de choque em Kiev e acabou por receber um SMS de alguém a dizer que queria casar com ela. A mensagem era de Andrei, um agente da polícia impressionado com a sua coragem, conta a imprensa internacional – esta é uma outra forma de perceber o conflito da Ucrânia, mas também a prova que há boas histórias em todas as situações, mesmo nas mais complexas e dramáticas.

A jovem ucraniana era uma das manifestantes em campanha contra a corrupção no dia em o polícia a viu pela primeira vez, durante os confrontos. A manifestante encontrou-se mais tarde com Andrei e os dois acabaram por se apaixonar.

Lidia estava perto dos agentes da polícia quando recebeu uma chamada de uma amiga a pedir-lhe ajuda para encontrar alguém que tinha sido preso. Estava muito barulho e Lidia precisou de lhe dizer duas vezes o número para o qual a sua amiga lhe devia ligar de novo. Em vez da chamada que estava à espera, Lidia recebeu uma mensagem de texto de um polícia que tinha estado perto dela. Andrei não quis revelar o seu nome completo, pois tinha medo de perder o seu emprego, mas disse-lhe logo que queria casar com ela.

Mais tarde, à imprensa, Andrei disse que, quando a viu parada e indefesa à sua frente, colocando-se entre homens armados e aqueles que ela estava a tentar proteger, apaixonou-se de imediato. O polícia decidiu enviar-lhe uma mensagem de texto onde se podia ler: “Apesar de toda a confusão lembrei-me do teu número quando o deste à tua amiga. Nem sequer sei o teu nome. Estava à tua frente durante a noite. Quando nos impediste de avançar, percebi que queria casar contigo. Andrei”.

O primeiro encontro foi em frente das barricadas na Praça Maidan, onde entre os destroços das batalhas se encontraram pela primeira vez. Lidia não esperava apaixonar-se por Andrei e afirma que não sabe porque aceitou encontrar-se com ele, mas acreditava ser possível convencê-lo de que ele estava a lutar do lado errado.

“Fiquei surpreendida com a mensagem, por isso decidi conhece-lo. Pensei que talvez o conseguisse convencer que ele estava a lutar no lado errado. Não pensava em apaixonar-me por ele, mas isso aconteceu quando comecei a falar com ele”, explicou Lidia.

Mas a história não acaba aqui. Mais tarde, Lidia foi convidada por uma cadeia de televisão para contar a sua história. Quando soube que a emissão era em directo, a ucraniana aceitou o convite, mas o discurso foi tudo menos esperado. “Provavelmente querem ouvir a história de como eu evitei, com as minhas próprias mãos, um motim. Ou de como um polícia se apaixonou por mim e eu por ele. Sim, isto é verdade, mas vou-vos contar outra história. Utilizei as minhas mãos quando o encontrei, mas não foi para lutar com ele, mas sim retirar o corpo dos que foram mortos no dia anterior – e antes desse”, contou a jovem, que criticou também a própria estação de televisão pelo seu comportamento nos últimos três meses.

Na Ucrânia, Lidia e a sua história tornaram-se capa dos jornais do dia seguinte.





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