Poluição atmosférica está a impedir Governo chinês de vigiar cidadãos
Em Janeiro de 2013, o Governo da China instalou cerca de 20 milhões de câmaras em vários espaços públicos das cidades um pouco por todo o país. Contudo, o Executivo chinês está a ter dificuldades em vigiar os seus cidadãos, devido à intensa poluição atmosférica que existe nos principais centros urbanos. É irónico, não?
No último mês, refere o South China Morning Post, o campo de visibilidade na cidade de Harbin era inferior a três metros. Em dias com elevados níveis de poluição no ar, nenhuma das câmaras consegue captar através das densas camadas de partículas que se encontram suspensas na atmosfera.
As câmaras instaladas estavam preparadas para conseguir captar imagens através do nevoeiro ou do fumo. Mas este fenómeno de poluição atmosférico, conhecido como smog, impede que os infravermelhos das câmaras penetrem as partículas poluídas. Desta forma, o equipamento não consegue captar imagens.
Face a este problema, o Governo chinês poderia ter optado por redobrar os seus esforços, que são internacionalmente vistos como controversos, para reduzir os níveis de poluição atmosférica. Porém, o Executivo optou por contratar uma equipa de cientistas para optimizar o sistema de captação das câmaras.
“A nossa pesquisa preliminar indica que as partículas de smog são bem diferentes, em termos ópticos, das partículas de água que constituem o nevoeiro”, afirma Yang Aiping, uma das especialistas em imagem digital que integra a equipa contratada, cita o South China Morning Post. Para resolver este problema de “segurança nacional”, Aiping indica que a sua equipa vai ter de rever, ou mesmo reescrever, os algoritmos utilizados em alguns modelos matemáticos utilizados pelas câmaras para a captação de imagens.