Poluição atmosférica influencia obesidade infantil



O aumento global das taxas de obesidade infantil tem sérias implicações para a saúde pública. As crianças com excesso de peso têm maior probabilidade de desenvolverem doenças como o cancro, diabetes e doenças cardíacas. A dieta alimentar desempenha um importante papel neste aumento da obesidade, mas não é o suficiente para explicar o porquê do aumento tão rápido da taxa.

Muitos cientistas acreditam que o ambiente também influencia o metabolismo humano e a poluição atmosférica é tida como um dos possíveis factores ambientais que influenciam o peso. A poluição atmosférica causa inflamações, que podem afectar o metabolismo e como tal, o aumento de peso. Experiências laboratoriais confirmam isto mesmo: ratos de laboratório expostos a poluição atmosférica desenvolveram mais gordura que os ratos que tinham a mesma dieta mas respiravam ar puro.

Estudos anteriores haviam já concluído que crianças que vivem em área com elevado tráfego rodoviário possuem maiores índices de massa corporal (IMC). No entanto, ainda não era clara a forma como a poluição atmosférica influenciava o aumento de peso. Seria a poluição ou o sedentarismo das crianças? Para responder a esta questão, uma equipa de investigadores monitorizou o IMC de 4.550 crianças na Califórnia ao longo de quatro anos, escreve o Science for Environment Policy.

Foram recolhidos dados sobre o tráfego e os níveis de poluição junto às casas das crianças, bem como informação sobre outros 50 factores que podem influenciar o peso. Entre estes incluem-se: actividade física, dieta alimentar, nível socioeconómico da família. Posteriormente, através de modelos estatísticos, os investigadores calcularam a influência de cada um destes factores no IMC.

O IMC médio no início do estudo, quando as crianças tinham entre cinco a sete anos, era de 16,79. Quatro anos depois, o IMC havia aumentado 2,6 unidades, para uma média de 19,35. 15% das crianças foram então classificadas como obesas e 14,4% com excesso de peso.

Os cientistas concluíram que a poluição atmosférica era responsável por uma diferença adicional de 0,4 unidades no IMC das crianças com dez anos e cerca de 10% de exposição à poluição. Isto traduz-se num aumento de 13,6% na taxa anual do IMC para as crianças que vivem nas zonas mais poluídas.

Assim, o estudo concluiu que a poluição tem uma influência significante no IMC e na epidemia da obesidade.

Foto: notbychanceinc / Creative Commons





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