População do lobo ibérico mantém-se estável em Portugal



Distribuída por quatro áreas a norte e centro de Portugal, a população do lobo ibérico está bem e recomenda-se. O presidente do Grupo Lobo alerta, no entanto para a prática, ainda generalizada, do envenenamento que ameaça a espécie.

Francisco Fonseca, presidente do Grupo Lobo, organização que luta pela preservação da espécie, diz que o lobo ibérico não se distribui de forma idêntica pelas diferentes zonas onde está radicado. No Minho, Peneda/Gerês e norte do distrito de Bragança, a sua população tem uma boa densidade e é estável, ao passo que na zona da Serra da Arada (Viseu) até à zona de Trancoso (Guarda) prolifera uma população de baixa densidade. No distrito de Vila Real, onde a espécie também pode ser observada, a sua população tem diminuído ao longo da última década. Também na zona da raia, entre os rios Douro e Tejo, estão assinaladas alcateias cuja densidade é flutuante e dinâmica, sobretudo ao nível de novos indivíduos.

Apesar de reconhecer que no cômputo geral a situação da população do lobo ibérico é estável em Portugal, o presidente do Grupo Lobo, em declarações à Lusa mostrou-se preocupado com a generalização das práticas do uso de venenos em Portugal, que afetam não só o lobo ibérico, mas também outras espécies.

Para travar conflitos com os donos do gado que muitas vezes é vítima da predação do lobo, o Grupo Lobo avançou com o projeto Cães de Gado, cujo objetivo passa por recuperar a utilização das raças nacionais de cães de gado para a proteção dos rebanhos. Ao abrigo deste projeto, iniciado em 1996, já foram distribuídos mais de 500 cães pastores.

O Grupo Lobo vai realizar, a partir de amanhã e até sábado, o IV Congresso Ibérico do Lobo, que decorre na Escola Superior Agrária (ESA) de Castelo Branco. A iniciativa, junta cerca de 130 especialistas e investigadores da Península Ibérica com o objetivo de divulgar os mais recentes resultados do estudo deste predador, bem como a sua situação populacional, formas de conservação e medidas de resolução de conflitos.

Foto: Manuel Navarro Mena / Creative Commons





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