Porto: um laboratório vivo futurista para melhorar a qualidade de vida na cidade (com VÍDEO)
Até 2016, a cidade do Porto será transformada numa espécie de laboratório urbano para a melhoria da mobilidade, segurança e qualidade de vida dos seus cidadãos. O projecto chama-se Future Cities, conta com o apoio de várias entidades, incluindo a Câmara Municipal do Porto, e pretende que a cidade invicta esteja entre as mais inovadoras da Europa dentro de dois anos.
“O projecto utiliza a cidade como um laboratório vivo para instalar uma rede de sensores para captar uma série de informação em termos de mobilidade, dados ambientais ou ruído. Isso permite-nos ter uma monitorização quase online de vários parâmetros da qualidade de vida”, explicou ao Economia Verde Filipe Araújo, vereador de Inovação e Ambiente da Câmara Municipal do Porto.
Hoje existem mais de 900 sensores que medem a qualidade de vida dos portuenses. “[Este projecto] é importante para a cidade porque vai permitir-nos ter uma actuação mais eficiente”, explica Filipe Araújo. “Ao sentir a cidade, temos uma informação mais pormenorizada sobre parâmetros como o ruído ou outro tipo de poluição, e isso permite-nos fazer opções de forma mais sustentada. Os munícipes do Porto verão uma câmara mais eficiente e mais preocupada em agilizar toda a parte ambiental”, continuou Filipe Araújo.
De acordo com o responsável, o projecto pretende ainda chamar mais empresas, sobretudo multinacionais, para as fronteiras da invicta. Empresas que queiram vir experimentar os seus produtos e ver como uma smartcity se pode posicionar. “Estamos também a dinamizar a economia”, concluiu o autarca.
O Future Cities vai custar quase €2 milhões, divididos entre a União Europeia e o QREN. Uma das novidades é uma rede social de autocarros, cuja performance poderá ser monitorizada na hora.
“Podemos coleccionar dados como a qualidade do piso, do ar e o próprio estilo de condução do motorista. São dados muito diferentes mas que são georreferenciados”, explicou João Barros, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
Segundo investigadores da FEUP, esta monitorização de todos os dados relacionados com o bem-estar dos cidadãos na sua cidade será comum a todas as grandes e médias cidades, no futuro. Para tal, a cidade do Porto será a cobaia e, a curto prazo, receberá os louros directos e indirectos desta aposta.