Portugal está a falhar na protecção da camada de ozono
A propósito do dia Mundial da Preservação da Camada de Ozono, que se comemora sábado, a associação ambiental Zero deixa um alerta: Portugal está a falhar totalmente na recolha e tratamento dos gases nocivos presentes nos resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos.
Feitas no passado dia 11 de Setembro de 2017, as mais recentes medições da NASA mostram que o buraco de ozono atinge já os 20 milhões de quilómetros quadrados, um valor 2 milhões acima do valor registado no ano anterior.
Segundo esta associação ambientalista, Portugal não está a cumprir a sua parte, sendo a situação actual “desastrosa”. Assim, em 2016 apenas foram recolhidas e tratadas 28,3 toneladas de gases de refrigeração das 308 toneladas destes gases que estão nos resíduos de equipamentos de frio, como frigoríficos, arcas congeladoras, ares condicionados e outros. Isto corresponde a uma recuperação de apenas 9,1% destes gases destruidores da camada de ozono e/ou causadores de impactes para as alterações climáticas.
Em comunicado, a Zero aponta algumas razões para estes baixos números. Para começar, a reduzida taxa de recolha dos equipamentos de frio, que em 2016 se situou em apenas 23,8% da média destes equipamentos colocados no mercado entre 2013 e 2015, tendo sido recolhidas e tratadas 7461 toneladas das 31354 colocadas em média no mercado entre 2013 e 2015. A esta baixa taxa de recolha, há que juntar o facto de que 45% dos equipamentos chegam às unidades de reciclagem já sem o compressor e muitos deles com o sistema de circulação do gás danificado o que permite a fuga do gás antes do equipamento ser sujeito a tratamento.
Como resolver então esta questão? Para a associação ambientalista a solução passa por uma maior fiscalização por parte dos agentes que gerem estes resíduos, como autarquias e empresas, para “se perceber para onde é que estão a ir os cerca de 76% de equipamentos de de frio desaparecidos, assim como os compressores”. Passa igualmente por uma mudança de panorama, em que as entidades que recolhem os equipamentos de frio paguem mais pelos que ainda têm o sistema de refrigeração intacto, para desincentivar os “desvios internos de componentes para os compressores”.
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