Portugal: o que fazer aos parques de manobras abandonados?



Os dezoito parques de manobras construídos em Portugal, nos últimos anos, não estão a ser aproveitados, apesar do investimento público de €15 milhões. Segundo o Jornal de Notícias, a nova legislação sobre o ensino da condução não menciona a reutilização dos parques de manobras, que agora são utilizados, quanto muito, como ponto de encontro no arranque da prova prática ou para realizar testes teóricos.

“Foi um desperdício de dinheiro. A ideia foi posta de parte”, explicou ao JN o presidente da ANIECA (Associação Nacional dos Industriais de Ensino de Condução Automóvel), Fernando Santos.

De acordo com o responsável, os 18 parques nunca chegaram a funcionar como previsto. “O IMT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes) abandonou a ideia”, referiu Fernando Santos.

Contactado pelo JN, o IMT confirma que, devido à “incapacidade de colocar os parques em funcionamento em todas as capitais de distrito”, os espaços estão a ser utilizados como centros de exames, para o efeito da realização das provas teóricas ou para início das provas práticas. Alguns, porém, já foram entregues às autarquias.

O projecto inicial incluía, quase sempre, uma parceria entre as câmaras que cediam o terreno e o IMT. Em Arraiolos, o objectivo era concentrar num mesmo local todos os exames do distrito, uma forma, também, de atrair pessoas e dinamizar a economia.

Em Viana do Castelo, o processo tornou-se um pesadelo: a câmara comprou uma quinta por um preço simbólico – €500 – oferecendo como contrapartida a aprovação, em três meses, de quatro loteamentos à empresa proprietária do terreno. Só que os loteamentos não foram feitos e a empresa levou o caso a tribunal. O desfecho foi desfavorável à autarquia, o contrato anulou-se e a câmara teve de arrendar a parte ocupada pelo parque do IMT por €5.000.

“Foi um erro que ficou caro ao país”, concluiu João Miguel Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP). E agora, o que fazer a estas estruturas sorvedouras de dinheiros públicos?

Foto: Nicholas Eckhart / Creative Commons





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