Portugal pode ser a ponte entre UE e União Africana na Economia Azul



O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, defendeu hoje, em Adis Abeba, que Portugal pode ser a ponte para a relação entre a União Europeia (UE) e a União Africana (UA) relativamente à Economia Azul.

Gomes Cravinho, que intervinha no Diálogo Político de Alto Nível sobre Governança dos Oceanos e Economia Azul, evento à margem dos trabalhos da 37.ª Cimeira de chefes de Estado e de Governo da UA – que decorre sábado e domingo na capital etíope –, destacou que a “longa experiência” portuguesa pode servir ao continente africano, que, considerou, tem “um potencial relativamente inexplorado em termos de Economia Azul”.

“É uma ‘expertise’ desenvolvida ao longo de vários anos para um continente que tem um potencial tremendo em matéria de Economia Azul, um potencial ainda inexplorado, e o que nós queremos fazer, a partir daqui, é que a Economia Azul seja um pilar importante do relacionamento União Europeia-União Africana”, explicou.

A comissária da UA para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente, a angolana Josefa Sacko, reconheceu, na sua intervenção, a experiência portuguesa e abordou a disponibilidade de Portugal.

“Nós temos centros de especialidade na área da Economia Azul e o ministro português dos Negócios Estrangeiros mostrou-se disponível em ajudar com a experiência que Portugal já tem em termos de gestão dos oceanos, na área das pescas, com formação para os nossos jovens, regulação do produto e a conservação dos recursos aquáticos”, disse.

O objetivo é reforçar uma área que classificou de importante para África, porque, explicou, “o continente africano tem 38 países que são países costeiros e temos também oito países que são insulares”.

A Economia Azul, centrada nas práticas sustentáveis, na investigação, na inovação e na gestão dos ecossistemas, tem potencial para criar 127 milhões de postos de trabalho e gerar 576 mil milhões de dólares (534 mil milhões de euros) anuais até 2063.

Gomes Cravinho salientou que, face à escassez de recursos financeiros, a União Europeia está disponível para avançar com verbas no caso de África apresentar projetos.

O chefe da diplomacia portuguesa recordou que a terceira conferência da ONU para os Oceanos se realiza em 2025, em França.

Portugal, juntamente com o Quénia, coorganizou a segunda edição desta conferência, em 2022,em Lisboa.

O Diálogo Político de Alto Nível sobre Governança dos Oceanos e a Economia Azul foi copatrocinado por Portugal, Africa-Europe Foundation e os governos das Comores, país insular que preside atualmente à UA, e das Seicheles, e teve o apoio da Comissão da União Africana.





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