Português inventa carro eléctrico que gera a sua própria energia (com FOTOS)
Quando percebeu que os preços dos combustíveis não iam baixar e que as preocupações ambientais estavam a cercar cada vez mais os fabricantes automóveis, Luís Pedro Fonseca começou a pensar num projecto que aliasse sustentabilidade e tecnologia.
O resultado é o Renault Sand Jumper, um protótipo construído apenas com materiais reciclados e recicláveis e que viu a luz do dia em 2010.
“A ideia global é a de um veículo que, além de utilizar energia eléctrica, possa gerar a sua própria energia”, explicou ao Green Savers o designer. Através de uma pintura especial, com pequenos nano painéis solares, a carroçaria é, ela própria, um painel fotovoltaico. Ou seja, o veículo carrega por si próprio utilizando uma pintura solar com nanotecnologia e que gera electricidade renovável, que alimenta as baterias a bordo.
Para além da carroçaria, também o interior do veículo foi fabricado a partir de garrafas PET recicladas. Segundo Luís Pedro Fonseca, a bateria demora pouco mais de oito horas para carregar, mas tem um mecanismo de carregamento rápido que pode permitir que elas sejam carregadas em apenas 90 minutos, para uma utilização mais urgente – e um trajecto mais curto.
Como o primeiro protótipo foi apresentado em 2010, o designer prepara-se agora para fazer algumas alterações, para melhorar o veículo. A suspensão será modificada e vai desenhar pneus que possam flutuar sobre a água. Finalmente, terá de criar uma pequena animação que mostre o automóvel.
“A utilização prática deste veículo é para entretenimento e lazer, para pequenos passeios à beira-mar. O seu proprietário podia assim desfrutar de um contacto mais próximo da natureza”, avança o designer. “Há também a possibilidade de este ser um veículo de recreio, a ser utilizado por turistas como meio de transporte ecológico”.
Luís Pedro Fonseca diz que ele pode facilmente ser utilizado em Lisboa, Porto, Aveiro, Sintra e Cascais, como veículo para turistas.
Num futuro próximo, ao ser produzido em massa, o Sand Jumper poderá ser exportado para o Brasil, substituindo os buggys utilizados pelos turistas e residentes. “Outra ideia seria adaptar a estrutura e tecnologia aos carrinhos de golfe, para ser utilizado nos transportes dos jogadores”.
Como está ainda estar na fase de concept car, não existe ainda nenhum poótótipo ou valores específicos para o custo de produção. O designer está disponível, porém, para qualquer tipo de apoios.
“Este projecto poderia servir de rampa de lançamento para diversas empresas nacionais, desde empresas ligadas ao plástico e embalagens que pudessem reciclar e produzir partes do Sand Jumper – Logoplaste, Plásticos Macar, para dizer algumas – empresas ligadas aos alumínios, como a Extrusal e Technal, e a Autoeuropa, na produção e construção do veículo”, continua Luís Pedro Fonseca.
Como muitos outros, o projecto foi elogiado fora de portas mas passou despercebido em Portugal. “Para tristeza minha, a notícia foi publicada em vários sites estrangeiros, mas nenhum português. Sendo um designer português, é algo que me deixa revoltado”.
E apesar do nome utilizado, o projecto não teve o apoio da Renault. “Tentei ter o apoio da marca, mas infelizmente não obtive retorno nem apoios”.
Até lá, o designer continua os seus projectos do dia-a-dia. “Sou um criativo por natureza, tenho diversos projectos em andamento e alguns tiveram lugares de destaque”, conta. Luís Pedro já fez um projecto de redesign no mítico UMM (ver abaixo), teve honras de destaque, em Junho, na National Geographic, por um projecto para a Shell, e na T3 internacional.