Prémio Gandhi dedicado aos oceanos distingue 30 escolas do litoral ao interior do país
Trinta escolas foram ontem distinguidas com o prémio Gandhi de Educação para a Cidadania por projetos dedicados ao tema dos Oceanos que envolveram alunos do litoral ao interior do país.
Lixo transformado em arte, filmes de animação, exposições ou ações de sensibilização, organizadas pelos alunos de escolas do pré-escolar ao secundário, são algumas das iniciativas premiadas.
No encerramento da cerimónia de entrega do prémio, que decorreu ao início da tarde no auditório da Comunidade Hindu em Portugal, o ministro da Educação sublinhou a importância do tema e o papel das escolas.
“Quando estamos a falar com os mais novos, muitas vezes a nossa conversa passa apenas pelo contributo individual, mas queremos ir muito além disso. Estamos a capacitar a geração que está hoje nas escolas para terem o conhecimento científico para que este problema possa ser resolvido por cada um deles quando tiverem o poder de o resolver nas mãos”, afirmou João Costa.
Na segunda edição do prémio Gandhi de Educação para a Cidadania, o desafio foi criar projetos dedicados aos Oceanos e as melhores respostas, que valeram o selo “Escola Gandhi” atribuído hoje às vencedoras, chegaram de todo o país, de Bragança a Olhão.
“É interessante porque temos, não só escolas do litoral, mas também do interior. Um dos projetos, por exemplo, chama-se “Da Serra ao Mar” e é de uma escola do interior do país, preocupada com as questões daquilo que pode ser transportado da serra até ao mar”, explicou à Lusa a subdiretora-geral da Educação, Eulália Alexandre.
Outro projeto, de uma escola em São Miguel, Açores, reflete a proximidade dos alunos ao mar e propôs-se a entender como o oceano Atlântico representa uma vantagem para a ilha e é parte integrante do quotidiano dos habitantes.
“Em todos, houve muita preocupação com as questões do lixo, as alterações climáticas e a relação entre os direitos humanos, a sustentabilidade e a proteção dos oceanos”, resumiu.
Das várias escolas que concorreram, foram selecionadas 50 numa votação ‘online’, que foram depois avaliadas pelo júri do Prémio, que nesta edição incluiu o administrador da Fundação Oceano Azul, Tiago Pitta e Cunha.
Criado em 2019, o prémio Gandhi destaca, em cada edição, um tema relacionado com os domínios da Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania. A edição do próximo ano é inspirada na cimeira “Transformar a Educação”, convocada pelo secretário-geral da ONU e que decorreu em setembro.
“Vamos aliar isso ao domínio relacionado com instituições e participação democrática”, explicou Eulália Alexandre, revelando o nome da terceira edição: “A cidadania começa em nós: Transformar a educação”.
O tema foi anunciado oficialmente na cerimónia de entrega do prémio pelo ministro da Educação, que disse que o objetivo é “ouvir as crianças e os jovens sobre a transformação da educação”.
“Que se criem espaços, momentos e dinâmicas para ouvir, trabalhar e pensar a transformação da educação. Transformar para resolvermos estes grandes problemas que a humanidade enfrenta”, afirmou João Costa.
O ministro sublinhou ainda a importância da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, considerando que representa “um compromisso com o futuro”
“A cidadania é um compromisso do sistema educativo com a transformação do mundo, para que seja um lugar mais saudável, equilibrado e harmonioso, onde todos veem os seus direitos cumpridos”, concluiu.