Príncipe do Liechtenstein acusado de matar a tiro o maior urso da Europa



O Príncipe Emanuel de Liechtenstein, está a ser acusado pela Organização Não Governamental de Ambiente Agent Green de ter matado o maior urso pardo da Roménia em março. Arthur, o urso em questão, tinha 17 anos e era também considerado o maior urso vivo da Europa.

De acordo com a ONGA e com a BBC, o Príncipe recebeu uma licença para caçar entre 12 e 16 de março na Roménia, no intuito de matar um urso fêmea que estava a dar problemas numa área rural. Apesar da espécie Ursus arctos ser protegida na União Europeia, é permitida a caça a ursos “problemáticos” no país, quando dada a devida autorização.

Em comunicado, Gabriel Paun, Presidente da Agent Green, afirma: “As medidas do cadáver indicam que Arthur teve 593 pontos em 600, que é o máximo possível na indústria de caça de troféus. Nunca tinha ouvido falar de uma pontuação tão alta. Eu pergunto-me como é que o príncipe pode confundir um urso fêmea ao vir para a aldeia com onde se encontra o maior macho que existia nas profundezas da floresta. É claro que o príncipe não veio para resolver o problema dos locais mas sim para matar o urso e levar para casa o maior troféu, para pendurá-lo na parede. Estamos a falar de um incidente de caça furtiva desde que atiraram no urso errado”, sublinha.

Avaliação do troféu. Agent Green
Arthur. Agent Green.

 

 

 

 

 

 

 

 

Ann-Kathrin Freude, coordenadora da ONG austríaca Verein Gegen Tierfabriken, refere: “O urso enfrenta várias ameaças que colocam em risco a sua sobrevivência: a degradação do habitat, as alterações climáticas e a perseguição humana. O Ministério do Meio Ambiente deve abordar as causas que levaram ao conflito homem-urso e não os seus efeitos. (….) Não se sabe quantos ursos realmente existem e qualquer parte da isenção concedida é perigosa. A caça de troféu deve ser proibida. Caso contrário, a celebração aumentará e as espécies estarão em perigo, como aconteceu na maior parte da Europa”.

“É necessário um plano nacional ambicioso que aborde as ameaças às espécies e invista em medidas de coexistência e co-adaptação. Posteriormente, o país poderá promover-se como a capital da biodiversidade da Europa. O potencial do ecoturismo ainda é incomparável”, acrescenta Gabriel Paun.





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