Projeto com drones vai “desmistificar” origem de manchas no mar da Madeira



O Governo da Madeira lançou um projeto que, com recurso a drones, monitoriza as manchas no mar, além de uma aplicação sobre os dados recolhidos, “desmistificando” a origem das manchas marítimas, anunciou hoje a secretária do Ambiente.

“Nós temo-nos empenhado muito em projetos que permitam aumentar a capacidade de monitorização da poluição e do lixo marinho”, afirmou a secretária regional do Ambiente e Alterações Climáticas, Susana Prada, no âmbito da apresentação do Projeto ABACO – Melhoria da Qualidade das Águas Balneares e Costeiras da Macaronésia.

A governante madeirense salientou que o objetivo é “saber que tipo de lixo é que aparece, a sua origem”, para depois ser possível “avaliar a sua proveniência, prevenir e eliminar os episódios de poluição e lixo marinho”.

“Este é também um projeto nesse âmbito, que visa monitorizar e avaliar a dispersão das plumas. Temos aqui uma monitorização que é inovadora”, sublinhou.

A secretária regional do Ambiente e Alterações Climáticas explicou que muitas vezes aparecem manchas no mar, à superfície, que deixam “dúvidas” sobre a sua origem, podendo “ser efetivamente poluição”.

“Nós vamos no âmbito deste projeto, através de drones, fazer a recolha da amostra, que vai para um laboratório para ser analisada”, adiantou.

Segundo Susana Prada, o objetivo é “desmistificar, de uma vez por todas, o que são as manchas, que muitas vezes decorrem de processos naturais”, sublinhou, apontando que podem ser também “micro-organismos, algas ou resultados da levadia”.

“Portanto, vai clarificar a composição daquelas manchas que, na maior parte das vezes, não é contaminação”, acrescentou.

Também permitirá avaliar a “dispersão das plumas [a água que sai das estações de tratamento de águas residuais, através das ribeiras ou descargas diretas para o mar]”.

“Queremos saber para onde essas plumas se dispersam: para a frente, para o oceano, ou, através das correntes, podem derivar para alguma zona balnear. [A ideia[ é poder intervir e proteger as zonas balneares”, mencionou.

A secretária regional disse que a nova aplicação – já em funcionamento – é “uma novidade deste projeto” e vai disponibilizar os dados sobre estas situações.

Susana Prada destacou que qualquer pessoa que detete uma mancha no mar poderá contactar a Direção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente para dar conhecimento da situação que identificou.

“Saem imediatamente os técnicos para recolher amostra, analisar e avaliar se é uma contaminação ou poluição”, indicou.

O projeto ABACO é cofinanciado pelo programa Interreg da União Europeia, sendo desenvolvido pelos arquipélagos da Macaronésia (Açores, Madeira, Cabo Verde e Canárias).





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