Projeto Europeu promete tornar cidades mais verdes
A ONU indica que mais de metade da população mundial vive em centros urbanos, número que vai aumentar 13% em 2050. As pessoas têm tendência a sair das zonas rurais e optar por viver em zonas urbanas, onde têm acesso a melhores condições de vida. Mas, para as cidades, uma maior concentração de pessoas vai significar mais poluição do ar e maior produção de gases que prejudicam o ambiente e o clima.
Surge assim o Urban Green UP, um projeto que se baseia na natureza para criar maior sustentabilidade nos meios urbanos, melhorar a qualidade do ar, a gestão de água e mitigar os efeitos das alterações climáticas.
O projeto europeu está atualmente a testar mais de quarenta medidas em Valladolid (Espanha), Liverpool (Reino Unido) e Izmir (Turquia), e conta com a colaboração no total de 9 países, 8 cidades e 25 parceiros. As soluções dividem-se em quatro categorias:
- Replantar as zonas urbanas – apostar na arborização urbana, incentivar a mobilidade sustentável, criar rotas ecológicas;
- Infraestruturas verdes – criar telhados verdes, jardins móveis verticais, barreiras acústicas verdes, jardins de polinizadores;
- Intervenção na água – investir no tratamento natural de águas residuais, em calçadas verdes que previnam inundações, em sistemas de drenagem sustentáveis;
- Intervenção não técnica – promover atividades educacionais e iniciativas na cidade de forma a sensibilizar a população para um raciocínio ecológico, incentivar projetos ‘verdes’ de empresas e cidadãos.
Raúl Sánchez Francés, coordenador do projeto em Valladolid dá o exemplo de umas plantas, que através das folhas e raízes funcionam como filtros naturais; “Esta solução é um filtro biológico urbano, que costumamos chamar de chaminé verde. Queremos instalá-lo no telhado perto das chaminés para limpar a saída de combustão. Este sistema é capaz de capturar principalmente óxidos de nitrogénio e partículas, os dois principais poluentes emitidos por veículos e sistemas de aquecimento”.
Todas estas propostas levam a uma melhoria da qualidade do ar, à redução de emissões de carbono e das temperaturas mais altas no verão, e ao aumento da biodiversidade local. O objetivo é que após os testes, estes planos possam ser implementados por mais cidades a nível mundial.