Projeto para arquitetura sustentável envolveu 700 docentes e 400 alunos do 2.º ciclo



Setecentos docentes e cerca de 400 alunos participaram na primeira edição do Programa Paisagem e Arquitetura Sustentáveis (PPAS), que pretende promover a educação para a sustentabilidade através da arquitetura e da paisagem.

“Este programa teve uma grande adesão da comunidade educativa, tendo registado a participação direta de 700 docentes, 400 alunos e 50 candidaturas. Os números ilustram o alcance que podemos ter com iniciativas deste tipo”, disse a diretora-geral do Território, Fernanda do Carmo, no evento de encerramento do projeto que decorreu esta tarde em Matosinhos, no distrito do Porto.

Lançado em novembro de 2023, o PPAS enquadra-se no âmbito da Política Nacional de Arquitetura e Paisagem (PNAP) e visa promover a educação para a sustentabilidade enquanto forma de capacitar as novas gerações para compreender e enfrentar os desafios ambientais atuais e futuros.

Sublinhando que as novas gerações vão ter um papel fundamental no desenvolvimento sustentável do território, a diretora-geral do Território desafiou os vários parceiros desta iniciativa a pensar como ampliar o programa que, no ano letivo em curso, foi dirigido aos alunos do 2.º ciclo, alargando-o a toda a comunidade escolar.

“É absolutamente notável o que conseguiram fazer com este reduzido investimento do Fundo Ambiental e em seis meses”, afirmou o presidente do Fundo Ambiental, Marco Rebelo, revelando que o programa teve, à escala do orçamento daquele organismo público, um apoio de 0,00004%, correspondente a cerca de 60 mil euros.

A integração de práticas sustentáveis de arquitetura é uma necessidade imperativa diante de desafios como o das alterações climáticas, defendeu, recuperando a mensagem deixada anteriormente pelo diretor-geral dos Estabelecimentos Escolares, João Gonçalves, de que é no sistema de ensino que o país deve investir todos os recursos se pretende transformar o território.

Ao trabalhar diretamente com a comunidade educativa, o PPAS pretendeu criar as bases para impulsionar uma mudança significativa no modo como as crianças e jovens percecionam e interagem com o mundo à sua volta, incrementando a literacia do espaço, explicou Margarida Louro, coordenadora do gabinete FaJúnior da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, entidade convocada para construção técnica do programa que culminou com a promoção do concurso “Ideias para um território sustentável”.

O concurso desafiou os alunos do 2º ciclo do ensino básico de todo o país a contribuir com ideias para compreender, transformar e melhorar o espaço da sua escola, na relação que este estabelece com a paisagem e o território envolvente.

Entre as 50 candidaturas, envolvendo mais de 250 alunos e 18 escolas, conta-se, entre muitas outras ideias, com uma escola onde o rio pode fazer parte do recreio, a produção de energia hídrica, telhados verdes e hortas biológicas que alimentam as refeições servidas nas cantinas.

Convidados a refletir sobre a escola que pretendem para o futuro, Catarina, Gabriel e Capitão, alunos da Escola Básica Irene Lisboa, no Porto, desenham uma envolvente sem prédios altos e com espaços verdes, casas com jardim e painéis solares e “supermercados com fruta e legumes sem pesticidas”.

Para além do concurso, que atribuiu o prémio a um grupo de alunos do 5º ano da Escola Básica Ferreira de Castro, em Mem Martins, no concelho de Sintra, a equipa multidisciplinar do PPAS – composta por elementos da Ordem dos Arquitetos, da Direção Geral do Território, Património Cultural, Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas e do gabinete FaJúnior, desenvolveu ações de formação para professores e recursos educativos, bem como, workshops.

Um compromisso com um futuro mais sustentável, assinalou a vice-presidente da Ordem dos Arquitetos, Paula Torgal, que reafirmou o comprometimento daquele organismo com a promoção da educação para a arquitetura.





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