Quando uma única árvore faz a diferença



Árvores individuais em áreas urbanas fornecem ar fresco durante a noite, demonstra um novo estudo.

Uma única árvore ao longo de uma rua da cidade ou num quintal pode fornecer benefícios de arrefecimento mensuráveis, de acordo com um novo estudo da American University.

A investigação mostra que as árvores “distribuídas”, aquelas que são isoladas e espalhadas pelos bairros urbanos, podem ajudar a reduzir o calor noturno. A investigação sugere que o plantio de árvores individuais pode ser uma estratégia para mitigar o calor urbano, especialmente em áreas onde os terrenos para parques podem ser escassos.

“Existem muitas boas razões para plantar árvores, mas o nosso estudo mostra que não devemos subestimar o papel que as árvores individuais podem desempenhar na mitigação do calor em áreas urbanas”, afirmou Michael Alonzo, professor assistente de ciência ambiental e principal autor do novo estudo, em comunicado. “Os urbanistas podem aproveitar os pequenos espaços que abundam nas áreas urbanas para plantar árvores individuais.”

O estudo foi publicado na Environmental Research Letters.

Embora os parques urbanos tenham um papel fundamental para o arrefecimento durante o dia, durante a noite são as árvores isoladas que podem desempenhar um papel fundamental. No novo estudo, que foi conduzido em Washington, EUA, os benefícios do arrefecimento provocado por árvores isoladas ocorreram por volta das 18h ou 19h, depois do pôr do sol. O estudo revelou temperaturas mais baixas em bairros onde pelo menos metade da área estava coberta por dossel de árvores isoladas. As temperaturas eram 1,4 graus Celsius mais frias à noite, em comparação com áreas com poucas árvores. Antes do amanhecer, mesmo as áreas com poucas árvores isoladas, eram mais frias do que aquelas sem árvores, mostrando que, em média, os efeitos do arrefecimento da tarde e da noite se prolongam, acrescentou Alonzo.

Para chegar a estas conclusões, Alonzo e os seus colegas examinaram as leituras da temperatura do ar. Os dados foram coletados num dia quente de verão em 2018, em diferentes áreas em Washington, D.C. e em vários momentos ao longo do dia, resultando em mais de 70.000 leituras de temperatura do ar. Na sua análise, Alonzo e os seus colegas examinaram a copa das árvores sobre superfícies pavimentadas, sobre superfícies não pavimentadas e ambos os trechos, como parques, e árvores isoladas, como aquelas que se plantam em quintais traseiros ou frontais.

O novo estudo confirma que o plantio de árvores individuais deve ser considerado como parte de uma estratégia para combater o aumento da temperatura em áreas urbanas. Nos meses quentes de verão, muitas cidades dos Estados Unidos transformam-se em “ilhas de calor”. Devido ao efeito de ilha de calor urbana, as áreas urbanas, com menos espaços verdes e maior quantidade de superfície impermeável, ficam mais quentes em comparação com os seus arredores rurais.

 





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