Quercus destaca natureza como aliada no combate às alterações climáticas



Na celebração do 50.º aniversário do Dia da Terra, a 22 de abril de 2020, a Quercus sublinha a importância da prevenção de catástrofes naturais, com impactes muito significativos na biodiversidade e nas populações locais e demonstra, com recurso ao projeto europeu ALICE, que esta prevenção pode ter como base soluções naturais.

Em Portugal, o foco centra-se na região da bacia do Rio Paiva, assolada pelas cheias de dezembro passado e fogos recorrentes, que nos últimos dez anos atingiram mais de metade da sua área.

Numa altura em que a Comissão Europeia apresentou o Pacto Ecológico Europeu, reconhecendo a importância de uma nova estratégia de crescimento mais verde e mais sustentável da UE e em que a ONU declara a próxima década como a Década para a Restauração dos Ecossistemas, potenciando um combate mais eficaz contra os impactes das alterações climáticas e da perda de biodiversidade, surge o projeto ALICE (http://project-alice.com) que visa melhorar a gestão das paisagens atlânticas, potenciando o uso de soluções baseadas na natureza para melhorar os serviços de ecossistema e a biodiversidade.

Para tal, aposta na implementação de Infraestruturas Azuis e Verdes (IAVs), como a gestão da floresta (recuperação da mata ripícola ou a reintrodução de floresta autóctone em áreas ardidas), entre outras, para prevenir e minimizar problemas relacionados com a qualidade e quantidade da água, proliferação de espécies invasoras, risco de incêndio e os efeitos das alterações climáticas.

Através de uma abordagem participativa, sob a forma de workshops, que envolve entidades e agentes locais e promove a troca de conhecimentos com os cientistas, é possível identificar, não só as potenciais soluções baseadas na natureza a introduzir na região e os seus principais benefícios, mas também os obstáculos para a sua implementação do ponto de vista da governança, do comportamento sociocultural, do conhecimento técnico e do financiamento.

Até ao momento decorreram já dois workshops, dinamizados pela UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro com o apoio da Quercus. Na sequência destes, diversas entidades locais públicas e privadas das áreas de gestão da floresta, administração, turismo, ONGs, entre outras procederam à avaliação e seleção das IAVs mais adequadas para resolver os problemas ambientais prioritários identificados no primeiro workshop, tendo em conta as dinâmicas populacionais e os usos do solo no território. O terceiro e último workshop permitirá aos participantes conhecer os resultados gerados pelo projeto para o caso de estudo português e, com base nestes, discutir os cenários mais favoráveis a desenvolver na região.

A equipa multidisciplinar do projeto está atualmente a desenvolver diversos modelos de previsão da alteração na oferta de serviços de ecossistemas e biodiversidade, face à evolução do uso do solo e à capacidade de resposta às alterações climáticas, procurando perceber os benefícios gerados pela introdução de estruturas azuis e verdes à escala da bacia hidrográfica.

Os modelos serão incorporados numa plataforma multimodelo user-friendly (K.Lab), direcionada aos decisores políticos, gestores do território e a todos os que pretendem avaliar a resposta dos ecossistemas e o efeito na oferta dos seus serviços (como a purificação da água ou a mitigação de eventos extremos) e na biodiversidade, face a diferentes cenários, bem como perceber o potencial de investimento na implementação de estruturas azuis e verdes.





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