Rato que deteta minas é galardoado devido ao seu trabalho no Camboja



Um rato gigante africano que salva vidas detetando minas no Camboja, de nome Magawa, recebeu hoje uma medalha de ouro da associação britânica de bem-estar animal PDSA, que galardoa anualmente um animal pela sua bravura.

Treinado pela associação belga Apopo, Magawa pode orgulhar-se de, com quase 6 anos, já ter descoberto 39 minas antipessoal e 28 vestígios de explosivos de guerra durante a sua “carreira”, sublinhou o PDSA.

O seu trabalho permitiu desminar quase 141.000 metros quadrados de terreno, o equivalente a 20 campos de futebol.

A sua “bravura e devoção ao dever” foi reconhecida pela associação britânica, que lhe concedeu uma versão em miniatura da sua medalha de ouro, considerada o equivalente para os animais da Cruz de Georges, a maior honra concedida a civis.

“Receber esta medalha é uma grande honra para nós”, disse Christophe Cox, dirigente da Apopo, à agência de notícias britânica PA.

Este galardão “chamará a atenção do mundo para o problema das minas antipessoal”, declarou Cox.

A organização não-governamental (ONG) belga utiliza ratos, animais “inteligentes” e com um talento particular para tarefas repetitivas quando são recompensados e cujo pequeno tamanho os protege de explosões.

Durante um ano, a associação treina esses grandes roedores na Tanzânia, o seu país de origem, para detetar TNT contido em explosivos e ensina-os a arranhar a terra para sinalizar a sua presença aos humanos que trabalham com os animais.

Esta técnica permite trabalhar muito mais rápido do que com um detetor de metais.

Com os seus 70 centímetros, Magawa pode analisar o equivalente a um campo de ténis em 30 minutos, tarefa que levaria até quatro dias para um humano equipado com detetor de metais.

A Apopo já desativou mais de 83.000 minas antipessoal.

De acordo com o PDSA, entre quatro a seis milhões de minas foram colocadas no Camboja de 1975 a 1998, matando mais de 64.000 pessoas.





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