Realizadas mais de 18 mil ações de limpeza preventiva na rede de drenagem do Porto



Os serviços da Câmara do Porto realizaram este ano mais de 18 mil ações de limpeza preventiva na rede de drenagem de águas pluviais, que, com 662 quilómetros, foi separada da rede de saneamento há mais de 100 anos.

“Só em 2022 já foram realizadas mais de 18 mil ações de limpeza preventivas”, indicou ontem, em resposta à agência Lusa, a Câmara do Porto.

A autarquia destaca que a rede de drenagem de águas pluviais do Porto (composta por troços a céu aberto e entubados) tem 662 quilómetros e foi “há mais de 100 anos” separada da rede de saneamento, solução que permite que “a água da chuva corra diretamente para o rio ou para o mar sem interferir com a rede de saneamento”.

Salientando que a cidade convive “há muitos anos” com períodos de chuva intensa e que as características dos meios urbanos “são propícias a fenómenos como as cheias”, a Câmara do Porto afirma que tem vindo, através da empresa municipal Águas e Energia do Porto, a intensificar a estratégia de mitigação contra fenómenos extremos de precipitação.

Entre as medidas destacam-se ações de limpeza preventiva de sarjetas, de limpeza da via pública, de obstrução de órgãos de recolha (sarjetas e sumidouros) de aguas pluviais e varejamento dos coletores em toda a cidade, sendo que estas ações são intensificadas “nas zonas mais críticas”.

A par das ações diárias de limpeza, a autarquia recuperou a função de “guarda-rios” para monitorizar os cursos de água a céu aberto e permitir “uma deteção mais célere de eventuais anomalias ao livre escoamento das águas”.

O aumento de fenómenos extremos, associados à precipitação intensa num curto espaço de tempo, é uma das “principais vulnerabilidades” do Porto, refere a autarquia, que também tem vindo a encontrar respostas em soluções baseadas na natureza, isto é, soluções que usam ou simulam processos naturais para abordar desafios associados à gestão da água.

O desentubamento, a reabilitação das linhas de água da cidade, a incorporação de soluções verdes em coberturas de edifícios e a criação de bacias de retenção – como a do Parque da Asprela que tem capacidade para reter 10 metros cúbicos de águas pluviais – são algumas das medidas já implementadas.

Outras medidas serão ainda realizadas ao abrigo do Plano de Valorização e Reabilitação das Linhas de Água do Município do Porto (PVRLA), que tem como objetivo “trazer à superfície” e potenciar algumas das linhas de água que, nos cerca de 85 quilómetros que cruzam o Porto, ainda são entubadas.

À semelhança do que aconteceu no Parque da Asprela, o Parque da Lapa, o Parque da Ervideira (na Foz) e o Parque da Alameda de Cartes (em Campanhã) serão também alvo de intervenções ao abrigo deste plano.





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