Reciclagem gera riqueza de €71 milhões em Portugal
A reciclagem de embalagens emprega directamente quase 2.400 pessoas e gera, de forma indirecta, um total de 7.000 postos de trabalho nas empresas que entram no sistema. Segundo um estudo do Instituto Superior Técnico e da consultora 3Drivers, a pedido da Sociedade Ponto Verde, a indústria da gestão de embalagens não parece acusar a crise económica que assola Portugal.
O estudo mostra que, por cada euro de valor acrescentado ao sistema que faz a gestão (SIGRE), são gerados €1,25 no resto da economia.
Segundo explica a Rádio Renascença, que cita o estudo, o sistema produz uma riqueza adicional de €71 milhões: “É um balanço económico positivo, mesmo tendo em conta já o que se paga de valor ponto verde, o que poupamos de materiais que deixamos de importar de outros países, nomeadamente metais, plásticos e energia, mais do que supera os custos que são pagos na economia por isso. No fundo estamos a transformar esse dinheiro que poupamos em emprego e dinamização da nossa economia”.
Paulo Ferrão, do Instituto Superior Técnico, liderou uma equipa que concluiu que a reciclagem de embalagens emprega directamente quase 2.400 pessoas e gera de forma indirecta um total de 7.000 postos de trabalho nas empresas que entram no sistema.
Por outro lado, o estudo concluiu que em 2011 este sector contribuiu para evitar emissões de CO2 equivalentes às que são geradas por 124 mil famílias apenas pelo consumo de electricidade.
A crise e a quebra de consumo de produtos em embalagens podem ter um ligeiro impacto em 2012, insuficiente para o sector deixar de crescer: “Terá impacto nesta área, começando por menos material que possa ser encaminhado para reciclagem. Agora, esta onda positiva que começou há cerca de 15 anos vai manter a sua tendência de crescimento e da parte da população, da separação de resíduos, vai continuar a aumentar.”
“Pode não aumentar ao ritmo do passado, mas a tendência vai ser continuar a aumentar”, afirma Luís Veiga Martins, presidente da Sociedade Ponto Verde, entidade que tem a responsabilidade de organizar o sistema que recolhe e trata as embalagens que colocamos todos os dias nos ecopontos amarelos.
Luís Veiga Martins acrescenta ainda que se têm registado aumentos ao nível de utilização do ecoponto amarelo e uma ligeira diminuição no que diz respeito ao papel e cartão, fruto da situação económica.