Relatório climático: o mundo está 1ºC mais quente mas há soluções em vista
O Relatório Especial do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) divulgado este fim-de-semana na Coreia do Sul foi aprovado por todos os governos do mundo, e traz novas evidências de que é possível evitar um aquecimento global catastrófico se o mundo respeitar o limite do aquecimento de 1,5ºC.
O relatório também confirma que ainda é possível manter o aumento de temperatura global abaixo deste limite, mas requer uma mudança rápida e de longo alcance em todos os setores da economia.
Segundo a ZERO, o relatório especial do IPCC vai influenciar, de forma extremamente importante, a tomada de decisões de política climática internacional, ao nível da UE e dos países ao longo dos próximos anos.
De acordo com o IPCC, as temperaturas mundiais estão 1ºC acima dos níveis pré-industriais. Este aquecimento já afeta todos os países e regiões do mundo, tornando os eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e severos. Os cientistas descobriram que o efeito das alterações climáticas mais do que duplicou a probabilidade de graves prejuízos, devido à severa onda de calor que afetou este ano a Europa e outras regiões do mundo. Estes eventos extremos mostram que as alterações climáticas não são algo que acontece apenas fora da Europa ou num futuro distante, mas afeta todos aqui e agora.
Soluções
Manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C requer uma mudança sem precedentes, rápida e de longo alcance, em todos os sectores (energia, uso do solo, urbano e indústria). Ainda é possível, é preciso agir agora. O relatório do IPCC traz esperança de que é possível criar um futuro mais seguro e próspero, se trabalharmos juntos para repensar a forma como organizamos as nossas sociedades.
Segundo o IPCC é necessário passar para um sistema de energia 100% renovável, acelerando a substituição de toda a energia poluente, começando com o carvão. É necessário também intensificar os investimentos em eficiência energética, produção industrial e consumo mais limpos, parar imediatamente os investimentos em infraestruturas baseadas em combustíveis fósseis para os sectores da produção de energia e transportes, e proteger e restaurar ecossistemas naturais, como as florestas. Também serão necessárias mudanças profundas de estilo de vida, incluindo a alteração para uma dieta mais saudável e equilibrada e usar modos de transporte mais limpos. Será necessário ir além da dependência de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para novas políticas económicas que criam bem-estar para todos, respeitando os limites do planeta.