Salmão geneticamente modificado à venda no Canadá. E vende bem



Os supermercados canadianos foram os primeiros no mundo a venderam o primeiro animal geneticamente modificado, depois da sua aprovação o ano passado. A empresa responsável, a americana AcquaBounty diz que nos últimos meses já venderam cinco toneladas deste salmão, pelo que “claramente existe apetência do público por este tipo de produto”. Acrescentando ainda que “estamos actualmente a aumentar a nossa capacidade de produção para corresponder à procura”, conforme noticia o The Guardian.

O jornal refere também que mal saíram as primeiras notícias sobre as toneladas de salmão GM vendido, que várias organizações já levantaram a sua voz contra o facto. Desde organizações de defesa dos direitos dos consumidores a organizações ambientalistas, todos exigiram a proibição da venda.

“Os primeiros animais geneticamente modificados chegaram ao mercado, tornando os consumidores canadianos em cobaias não voluntárias” ou “Estamos chocados por descobrir que os salmões já entrarem no mercado e a empresa não divulga onde foram vendidos ou com que fim” referiram respectivamente o grupo Vigilance OGM e a Canadian Biotechnology Action Network.

Os salmões, apesar de comercializados por uma empresa norte-americana até foram desenvolvidos no Canada, na universidade Memorial da Terra Nova, e contêm uma mistura de genes de salmões do Atlântico e do Pacífico, mas também de outro peixe chamado “ocean pout (peixe-carneiro americano, segundo a Wikipédia) e supostamente conseguem crescer ao dobro da velocidade dos salmões de aquacultura no Atlântico, demorando apenas 18 meses, em lugar de 30, para chegar ao tamanho adulto e com 75% menos de ração. “Reduzindo 25 vezes a pegada ecológica” referiu também a AcquaBounty em comunicado. A cultura é feita em terra, para evitar que os peixes GM entrem no mar e em contacto com outras espécies.

Duas cadeias de supermercados no Canadá – a IGA Quebec e a Costco – anunciaram já que não vendem estes salmões, mas o debate (e a luta) está para ficar. Até porque a FDA, o organismo que regula esta questão nos EUA, também aprovou a comercialização e existem já mais 30 espécies de peixes sujeitas a tratamentos genéticos, para além de vacas, porcos e galinhas.





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