São Paulo: quem aumentar consumo de água vai ser multado
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou na segunda-feira que vai utilizar um terceiro manancial que abastece a Grande São Paulo para compensar a crise hídrica do Sistema Cantareira, confirmando que vai cobrar multas, ainda neste semestre, a quem aumentar o consumo de água.
Segundo Alckmin, o Sistema Rio Grande, que capta água de um braço da Represa Billings, na região do ABC, deverá ser usado para ajudar a abastecer bairros da capital que são atendidos pelo Cantareira. Hoje, a compensação da seca da Cantareira é feito com água dos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para cerca de 1,6 milhão de domicílios.
“Vai entrar também daqui a alguns meses o Rio Grande. Então, vamos substituir várias áreas por outros sistemas”, disse Alckmin em Franca, interior de São Paulo. Segundo o Planeta Sustentável, o Rio Grande abastece cerca de 1,6 milhão de pessoas nas cidades de Diadema, Santo André e São Bernardo.
A partir de maio, os moradores da região metropolitana abastecidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) deverão ser multados se aumentarem o consumo de água. Por outro lado, haverá um desconto de 30% para quem economizar pelo menos 20%. “Vamos estabelecer o ónus para quem gastar mais água”, disse o governante.
Mesmo com as novas medidas previstas, Alckmin voltou a afirmar que o racionamento de água não está descartado. “Se for necessário será feito”, afirmou. Na semana passada, o comité anti-crise que monitoriza o Cantareira recomendou que a Sabesp se planeie para captar menos água do manancial que abastece 47% da Grande São Paulo.
Alckmin disse ainda que, quando o Cantareira chegar a 6%, ele entra na reserva técnica. “Só pretendemos utilizar 190 dos 400 milhões de metros cúbicos de água”. Ele justificou a medida com o argumento de que o Cantareira está a viver a maior estiagem dos últimos 100 anos. “É para estes momentos de stress hídrico que existe a reserva técnica”, concluiu.
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